Sou o cara que brinca de ser escritor e se diverte em ser leitor. Apaixonado por livros, fotografia e escrever. Jogador de rpg nos domingos livres, colecionador de Action Figures e Edições Limitadas de jogos. Cinéfilo, amante de series e animes. Estou sempre em busca de conhecer novas pessoas e aprender com cada uma delas e por último, mas não menos importante: um lendário sonhador.
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CONTO - Sobre a esperança
Postado por: Luciano Vellasco No dia: quinta-feira, novembro 28, 2013 2
Título: Sobre a esperança
Classificação: Livre
Gênero: Ficção científica, introspecção
Sinopse: Como algo que ao menor sopro pode se apagar move os
seres humanos a se enganarem e a lutarem por aquilo que simplesmente só podem
acreditar? O conto é sobre a descoberta, em uma situação extrema,
do significado por trás de algo que sentimos e normalmente não tentamos e
talvez nem saibamos explicar: a esperança.
Sobre a esperança
Tentou rir, mas isto apenas piorou sua dor. Agora ele
entendia.
Um dia, antes de tudo isso, havia tentado imaginar o
que acontecia com uma pessoa que se jogava de um lugar alto. Será que ela vê a
vida passar diante de seus olhos? Será que ela cai em câmera lenta? Agora sabia
que tudo era mentira. Não havia nada disso, apenas a dor resultante da queda
caso você sobrevivesse, como ele tinha sobrevivido agora.
Olhava a nuvem de fumaça subindo ao longe, onde seus
companheiros foram vistos pela última vez pela mira de seu rifle de longa
distância. Havia conseguido matar alguns Deles e ajudar no recuo dos
sobreviventes, mas alguns minutos após saírem de seu campo de visão, os tiros
pararam. Tudo estava silencioso. Deveriam estar mortos. Era o único
sobrevivente daquela “brincadeira” A única esperança que tinham havia se
transformado em pó, sem o menor esforço. Não havia pensado nisso, no quanto era
sensível o sucesso do plano. Para falar a verdade, havia se recusado a pensar
nisso. Não se pensa nas chances de um último ato de desespero... mas agora via
com clareza... nunca tiveram uma chance.
Encostou a cabeça no chão cansado.
Lembrava-se perfeitamente da sensação que sentira após
atravessar os restos de vidro do oitavo andar... que sensação fantástica. Teve
a impressão de que por pouco, mas muito pouco, não conseguira voar. Com os
braços estendidos e pernas em riste, o mergulho o atingiu com uma rajada fria e
realista. Seu corpo lentamente começou a girar por causa do peso de suas botas.
Malditas botas de metal! Seu corpo ficou de pé em pleno ar e foi assim que se
chocou com o solo.
Agora se encontrava no chão, estendido, derrotado. Sentia
o sono tomando conta de si e deixou-se levar, fechando os olhos e tentando se
lembra da incrível sensação de quase vôo que sentiu ao pular...
Recuperou os sentidos com uma grande explosão que fez
o chão tremer. Assustado tentou sentar-se e sentiu uma agonizante dor oriunda
de suas moídas pernas. Como ainda estava vivo? Havia sentido o tão dito sono da
morte, o havia abraçado, porque ainda estava vivo?
Ouviu outra explosão menor e incrédulo olhou para a
nova fonte de fumaça que subia. Soltou um leve sorriso de satisfação. Explosões
não aconteciam à toa. Alguém as estava causando, e provavelmente eram seus
companheiros fazendo suas mortes serem um tanto mais espetaculares. Sorriu e bateu a cabeça com força no chão,
porém seu capacete amorteceu o impacto mais do que desejara. Aqueles que trouxe
para sua missão suicida estavam morrendo lutando e ele, que sempre se orgulhara
de sua liderança e honra, nem se matar conseguia. Olhou para o prédio e riu,
pois não conseguia se imaginar subindo até lá para se jogar mais uma vez. As
proteções de sua perna exibiam menos sangue do que achou que veria, e não
aparecia mais. Ergueu o braço o máximo que conseguiu e esmurrou a armadura do
peito, o que não lhe causou dor. Não acreditava. Havia se jogado do oitavo
andar de um prédio e não morrera na queda e nem morreria sangrando.
Virou-se para o lado e encontrou sua arma arranhada e
com a mira telescópica quebrada. Pegou-a e conseguiu sentar usando-a como
apoio.
Riu.
Riu como nunca antes havia rido em sua vida, e não se
importava se Eles o achassem.
Finalmente havia entendido.
Arrastou-se até o topo da pilha de destroços à sua
frente e descarregou as balas restantes de seu rifle. Gritou a plenos pulmões
sentindo sua garganta ferir. Recarregou a arma e esperou. Que viessem! Ele já
havia adiantado sua morte. Se iria morrer, que morresse lutando como seus
companheiros. Quem sabe um deles não conseguiria chegar lá?
Foi necessário cair de oito andares para encontrar
sentido naquilo tudo.
Não havia morrido à toa.
Não estavam lutando por uma chance de fazer algo dar
certo.
Estavam lutando para manter a esperança de que algo
poderia dar certo.
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Comentários
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A esperança é realmente algo que sentimos e não sabemos explicar, simplesmente se sente e acontece. Não é à toa que a esperança é a última que morre. Gostei.
ResponderExcluirTer esperança é fundamental ela sempre nos dá força para continuar e seguir em frente apesar das dificuldades. Quem tem esperança tem tudo. Amei o conto :D
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