Afonso
Henriques de Lima Barreto foi um jornalista nascido no Rio de Janeiro em 13 de
maio de 1881, filho de João Henriques de Lima Barreto (um mulato nascido
liberto) e de Amália Augusto Barreto (filha de escrava liberta da família
Pereira de Carvalho) e, por ser mestiço, enfrentou preconceito durante a vida.
Seu pai era um
tipógrafo na Imprensa Nacional e sua mãe era uma professora pública, e foi ela
quem o iniciou nos estudos. Infelizmente, Lima Barreto perdeu a mãe com apenas
sete anos. E, algum tempo depois, seu pai foi trabalhar como almoxarife num
asilo de loucos, a Colônia de Alienados da Ilha do Governador.
Conseguiu
concluir o curso secundário na Escola Politécnica, porém, teve que abandonar a
faculdade de Engenharia, pois seu pai havia sido internado – vítima de loucura –
e o autor foi obrigado a arcar com as despesas da casa e o cuidado dos irmãos. Como
leu bastante após concluir o segundo grau, sua produção textual tinha qualidade
excelente, foi aí então que iniciou sua atividade como jornalista.
Não foi
reconhecido na literatura de sua época, apenas após sua morte. Viveu uma vida
boêmia, solitária e entregue à bebida. Possuindo altas qualidades de psicólogo
e retratista de alma, não podia deixar de ser um excelente romancista. E, como
afirma Agripino Grieco em Evolução da
Prosa Brasileira: “a
esse mestiço morto aos quarenta anos, carapinhento e malvestido, sem medalhas e
títulos acadêmicos, forçoso é que retornem os nossos prosadores quando quiserem
ultimar o grande romance realmente brasileiro”.
Lima Barreto fez de suas experiências
pessoais canais de temáticas para seus livros. Em seus livros denunciou a
desigualdade social, como em “Clara dos Anjos”; o racismo sofrido pelos negros
e mestiços e também as decisões políticas quanto à Primeira República. E
no livro “O Cemitério dos Vivos” chegou a revelar seus sentimentos quanto ao
que sofreu durante suas internações no Hospício Nacional.
Além desses também escreveu “Recordações do escrivão
Isaías Caminha” (Lisboa, 1909), romance que foi a sua estréia, “Triste fim de Policarpo Quaresma” (1915), “Numa e a ninfa” (1915), “Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá” (1919), “Histórias e sonhos” (1920)
e “Os bruzundangas” (1922).
Sua principal obra foi “Triste fim de
Policarpo Quaresma”, onde relata a vida de um funcionário público, nacionalista
fanático, representado pela figura de Policarpo Quaresma. Dentre os desejos
absurdos desta personagem está o de resolver os problemas do país e o de
oficializar o tupi como língua brasileira.
Morreu muito cedo, em 1º de
novembro de 1922, aos 41 anos, vítima de ataque cardíaco em decorrência do
vício do álcool. Amigos e admiradores ergueram um busto de bronze em homenagem
ao escritor, na Ilha do Governador.
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Clássicos Nacionais