Sou o cara que brinca de ser escritor e se diverte em ser leitor. Apaixonado por livros, fotografia e escrever. Jogador de rpg nos domingos livres, colecionador de Action Figures e Edições Limitadas de jogos. Cinéfilo, amante de series e animes. Estou sempre em busca de conhecer novas pessoas e aprender com cada uma delas e por último, mas não menos importante: um lendário sonhador.
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RESENHA - Zoo (James Patterson)
Postado por: Luciano Vellasco No dia: terça-feira, setembro 08, 2015 2
Ficha técnica:
Referência bibliográfica: PATTERSON,
James. LEDWIDGE, Michael. Zoo. 1ª edição. São Paulo, Editora
Arqueiro, 2015. Tradução de Cláudio Carina. 288 páginas.
Gênero: Suspense.
Temas: Animais, Apocalipse,
Morte.
Categoria: Literatura
Estrangeira; Literatura Norte-Americana.
Ano de lançamento: 2012 nos
Estados Unidos; 2015 no Brasil.
“CAH:
Conflito entre Animais e Humanos. Essa era a teoria em que eu estava
trabalhando.
Basicamente,
eu acreditava que o comportamento animal estava mudando no mundo todo. Não para
melhor. Nem um pouco. Em todos os continentes, cada vez mais espécies começavam
a mostrar comportamentos hiperagressivos em relação a um animal específico.
O
inimigo éramos nós. Eu e você. Gente. O homem, cara.”
*Zoo (pág. 20).
Algo está acontecendo na natureza.
Inexplicavelmente, animais de muitas espécies passam a caçar
e matar humanos de forma brutal. Começou com os selvagens e ferozes, como os
leões e ursos. Até aí, as pessoas eram céticas quanto ao problema, já que todo
ano pessoas morrem vítimas de animais selvagens. Porém, o que parecia ser uma
doença logo se espalha e afeta os bichos de estimação. Cachorros, gatos,
camundongos e outros animais domésticos mostram garras e dentes e as vítimas se
multiplicam.
Apavorado com o fenômeno, o jovem biólogo Jackson Oz assiste
à escalada dos acontecimentos. Ele já prevê esse cenário apavorante há anos,
mas sempre foi desacreditado por todos à sua volta. Depois de quase morrer em
uma emboscada de leões em Botsuana, na África, Oz parte em uma jornada
desesperada para provar sua teoria. Com a ajuda da ecologista Chloe Tousignant,
Oz trabalha contra o tempo para encontrar a causa do problema e convencer os
líderes mundiais de que a ameaça é real e que se não for controlada a tempo,
pode levar a civilização humana à ruína.
Em breve não restará nenhum esconderijo para os humanos...
James Patterson apresenta aos leitores a obra Zoo,
que conta a história de um jovem biólogo que tenta provar a todos que o reinado
dos humanos sobre a terra pode estar com os dias contatos. O livro já começa
tenso, mostrando o ataque de dois leões de um zoológico a um funcionário, que
foi devorado, e a subsequente fuga dos felinos. Em seguida somos apresentados
ao personagem principal da trama: Jackson Oz, ou apenas Oz. Um biólogo que
largou uma carreira promissora para se dedicar quase que exclusivamente a sua
teoria de que o comportamento dos animais estava mudando. E mudando para pior.
Depois de receber uma ligação de um amigo que trabalhava em uma reserva na África,
Oz parte em busca de provas para a sua teoria e encontra lá não só as evidências
de que precisava, mas também sua maior aliada, a bióloga Chloe Tousignant.
Juntos, tentam desvendar a causa do fenômeno e principalmente buscar uma
solução.
Devo confessar aqui que nunca li nada do autor, e isso é algo
que será corrigido com o tempo. Fiquei muito impressionado com a escrita ágil e
direta dele. Apesar de ter gostado da sinopse, ainda estava com o pé atrás com
o livro, não tinha criado muita expectativa. Mas isso caiu por terra quando
cheguei na parte em que Oz se aventura na África. Não pude deixar de associar a
passagem (e a capa do livro) ao filme chamado The Ghost and the Darkness (A Sombra e a Escuridão, no Brasil).
Quem não viu, veja. É um ótimo filme. Eu sempre fui fã de histórias que
envolviam animais. Nada de “Winter, o
Golfinho”. Estou mais para “Orca, a
baleia assassina” (sangue no olho, eu sei). Já assisti vários, de grandes
produções cinematográficas como Jurassic Park e Tubarão aos trashs trash sci-fi (não, não vi
Sharknado, seria pedir demais), mas nunca tinha lido nada que tivesse como foco
animais (Jurassic Park está na fila) e um amigo me recomendou a obra “A
Revolução dos Bichos”, de George Orwell, por ter uma pegada parecida com o que
eu li em Zoo. Então, já podem imaginar o quanto fiquei empolgado quando um
bando de 20 leões machos se juntam para promover uma verdadeira chacina nas
selvas africanas.
Espere, você disse 20
leões, todos machos?
É isso ai. Fazendo uma pesquisa rápida, qualquer um vai saber
que bandos da espécie abrigam dois, três, raramente quatro machos. Mas
vinte?!?! E caçando?!?!
O problema não para por aí. Você pode até pensar: Ah, se for
só os animais selvagens tudo bem. Estamos na “selva de pedra”, aqui eles não
entram. Muitos pensaram assim até começarem a surgir relatos de animais
domésticos como cães e gatos atacando seus donos. E quando eu digo ataque, não
é uma “mordidinha aqui, outra ali”. É ataque de abrir estômagos e arrancar
vísceras pra fora. Ok, cachorros e gatos, vamos isolá-los. Aí vêm os ratos,
camundongos e outros animais menores...
"-
Meu Deus, está ficando tão ruim assim por aí, tenente? – perguntei,
gesticulando para a máquina de guerra que estávamos prestes a embarcar.
Durkin
pegou nossas malas como se fosse um carregador de hotel e nos conduziu para o
Humvee.
- Manhattan
está evacuada além da Rua 96. Estamos começando com os hospitais e asilos.
- O
quê? Por quê?
-
Ratos."
Zoo,
pág 200
A obra tem uma narrativa muito envolvente,
que prende e nos faz refletir “E se isso acontecesse mesmo?”. A cada novo
relato eu ficava me perguntando: “Qual
vai ser o próximo ataque?”. E ainda por cima, o autor usa de um recurso que
eu achei “maldade”: os capítulos são
muito curtos. O maior, creio eu, tinha cinco páginas (não sei se é assim nos
outros livros do autor). Sabe aquele efeito do “só mais um capítulo”?. Foi muito mais devastador nesse livro, pois
eu ficava com aquela sensação de que eu tinha lido pouco, vou ler só mais um
pouco. E quando eu vi... acabou. É como diz a contracapa: “as páginas viram sozinhas”.
O que eu gostei muito foi o uso
da narrativa em terceira pessoa para dar vez aos animais. Há algumas passagens
na história totalmente dedicadas a eles, onde o autor narra o acontecimento sob
a perspectiva do animal. Isso deu ainda mais dinamismo na narrativa e em certo
ponto até mesmo nos faz refletir sobre até que ponto os animais (principalmente
os domésticos) podem nutrir sentimentos por nós na tentativa de bloquear seus
instintos primitivos.
Minha única crítica (se é que
posso chamar isso de crítica) é que o autor não aproveitou o gancho para
mostrar com mais riqueza de detalhes como a humanidade estava se comportando
quando os animais enlouqueceram de vez. Apenas os personagens centrais e alguns
secundários ganharam voz. Seria interessante ver uma narrativa mais aprofundada
no que concerne ao fim do mundo. Há apenas algumas menções a protestos,
vandalismos, mesquinhez e mais mortes. Mas nada muito detalhado.
A obra é dividida entre narrador
em primeira e terceira pessoa. Temos a ótica de Oz (em primeira pessoa); e a
ótica de personagens secundários e também dos animais (em terceira pessoa). A
narrativa é toda linear e no meio da história temos um salto de cinco anos para
o futuro. A fluidez da narrativa é tranquila, em parte graças à escrita ágil do
autor e ao fato dos capítulos serem bem curtos, detalhe que não atrapalha em
nada a continuidade da leitura. A revisão está ótima. Um errinho aqui, outro
ali, mas foram poucos que eu vi e nenhum grave. A formatação é bem caprichada.
O livro é dividido em seis partes: Prólogo; Livro 1: o começo do fim; Livro 2:
África; Livro 3: Lar, doce lar; Livro 4: Os Nativos estão inquietos; e Epílogo.
Ao final, são apresentados outros títulos do autor. A capa é maravilhosa, com o
título em relevo. O leão da capa traduz com perfeição todo o suspense que a
obra passa ao leitor.
James Patterson é hoje um dos autores mais vendidos no mundo
inteiro. Seu livro de estréia The Thomas
Berrynan Number ganhou o Edgar Award de melhor romance policial. Foi
publicado em 1976, depois de recusado por mais de 20 editores. O autor iniciou
então uma série de best-sellers, incluindo os seis livros com o personagem Alex
Cross, um detetive-psicólogo. Antes de se tornar um escritor em tempo integral,
Patterson trabalhou na área de Publicidade por muitos anos. Foi presidente da
J. Walter Thompson, North America, de 1990 a 1996. Estudou no Manhattan College
e depois na Vanderbilt University. Vive atualmente em Palm Beach, Flórida, com
a mulher e o filho.
A obra foi uma grata surpresa.
Fiquei muito impressionado com a escrita do autor e recomendo para todos os fãs
do autor essa obra. Ainda para aqueles que adoram adaptações, uma dica: a CBS
adaptou Zoo para uma série que em breve chegará ao público via Netflix!
Recomendo também para quem gosta do tema "fim do mundo". Sei que o
tema está bastante batido, mas imaginar o fim da civilização sendo
protagonizado pelo seu cachorro ou gato de estimação é um pouco inusitado. Já
para quem tem coração fraco... esse livro pode ser um tanto perturbador.
Imaginar que a qualquer momento seu pet pode se virar contra você pode ser um
pouco tenso. Fica o alerta.
James Patterson faz jus a sua
reputação e entrega aos leitores um livro ágil e instigante, que nos faz refletir
e questionar: “E se?”.
Bibliografia de James Patterson:
Obs: Sendo o autor (literalmente
falando) uma máquina de publicar livros, vamos colocar o link do skoob do
autor, pois se colocarmos aqui, a lista de livros publicados por ele ficaria
maior que a resenha ¯\_(ツ)_/¯
Link: Skoob.
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Comentários
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Oi Lu, tudo bem?
ResponderExcluirSabia que você ia gostar. Tenho uma relação de amor e ódio com Patterson...tem livros dele que não suporto, mas tem uns que amo. Ele é um autor que escreve vários gêneros.
Já comecei a assistir a série de TV, muito boa e você tem que ver. Parabéns pela resenha.
Beijos,
Leitora Sempre
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