RESENHA - Resident Evil: A Conspiração Umbrella (S.D. Perry)

Ficha técnica:
Referência bibliográfica: PERRY, S. D. (Stephani Danelle). Resident Evil - Conspiração da Umbrella. 1ª edição. São Paulo, Benvirá, 2013. Tradução: Gustavo Hitzschky. 232 páginas.
Gênero: Terror
Temas: Zumbis, vírus, conspiração.
Categoria: Literatura Estrangeira; Literatura Norte Americana.
Ano de lançamento: 1998 nos Estados Unidos; 2013 no Brasil.
Série: Resident Evil - Conspiração da Umbrella (Livro 1); Resident Evil – O incidente de Caliban Cove (Livro 2); Resident Evil – A cidade dos mortos (Livro 3); Resident Evil – Submundo (Livro 4); Resident Evil – Nêmesis (Livro 5); Resident Evil – Código: Verônica (Livro 6).








“Com um empurrão fraco a porta se abriu, dando para um corredor escuro com papel de parede cheio de manchas verdes. Um homem de ombros largos estava parado a menos de seis metros, um pouco escondido pelas sombras, de costas para Chris. Virou-se lentamente num ritmo cuidadoso de alguém bêbado ou machucado, e o cheiro que Chris havia notado antes emanava do homem em ondas grossas e nauseantes. As roupas estavam esfarrapadas e sujas, e ele tinha cabelos ralos e despenteados na nunca.
‘Deve estar doente, ou então morrendo...’
Qualquer que fosse o problema, Chris não estava gostando; seus instintos diziam para fazer alguma coisa. Foi para o corredor e apontou a Beretta para o torso do homem. – Parado, não se mexa!”
*Resident Evil: Conspiração Umbrella (pág. 60).


Raccoon City.
A cidade se encontrava em estado de pânico com os recentes casos de assassinatos brutais que tiravam o sono de seus habitantes. A cada semana, o governo local era pressionado para dar um fim à onda de violência. Grande parte dos desaparecimentos e mortes aconteceram na floresta, nos arredores das montanhas Arklay e, mesmo com o toque de recolher, mais casos pipocavam a todo o momento. O DPR (Departamento de Polícia de Raccoon) se mostrava incapaz de prender os criminosos que receberam da mídia a alcunha de “assassinos canibais”, pois todas as vítimas apresentavam ferimentos de mordidas, que segundo relatórios de médicos-legistas, eram de mandíbulas humanas.
Após dois meses de assassinatos sem solução, o chefe de polícia local cedeu à pressão e chamou os S.T.A.R.S: Special Tatics And Rescue Squad (Serviço de Resgate e Táticas Especiais). Liderados pelo capitão Albert Wesker, Chris Redfield e Jill Valentine embarcam junto aos grupos Alpha e Bravo dos S.T.A.R.S para solucionar o caso. O time Bravo foi enviado na frente, para reconhecimento de território, mas algo saiu muito errado. Caberá então à dupla Chris e Jill desvendar os mistérios que se escondem na floresta de Raccoon City.

Aviso: Este game não é para qualquer um :) 
           Resident Evil, famoso jogo de Survival Horror (Sobrevivência e Horror) da Capcom, ganha as páginas de um livro assinado por Stephani Danelle Perry. O livro reconta a história do primeiro jogo da série, usando o roteiro original. Nele, somos apresentados aos dois personagens principais da trama: Chris Redfield e Jill Valentine. Ambos fazem parte dos S.T.A.R.S., grupo tático que realiza missões de todos os tipos em diferentes partes do globo. Partindo de uma de suas bases em Raccoon City, o grupo investiga casos de assassinatos brutais envolvendo canibalismo. Após perder o contato com a equipe Bravo, a equipe Alpha é enviada, mas mal chegam e são atacados por cachorros mutantes. Ao buscarem abrigo na Mansão Spencer, supostamente abandonada, os segredos e mistérios começam a vir à tona.
Desde que joguei pela primeira vez o jogo no saudoso Playstation 1, fiquei completamente contaminado pela série. Foram muitas noites de sustos (malditos cachorros mutantes) e diversão comandando os personagens centrais da trama. Quem vivenciou essa época dos videogames pode relembrar como a visão do primeiro zumbi mudou a vida de muitos jogadores. Portanto, para os que não conhecem a franquia, não irei me estender muito, para não estragar as surpresas (e os sustos).

São apenas cachorros, eles disseram. U.u
A adaptação do jogo para os livros não fica atrás. Além de dar maior densidade para a narrativa, Perry mostra alguns fatos anteriores ao início do jogo. Já dentro da mansão, que é onde a narrativa se desenrola, podemos seguir passo a passo as ações dos personagens e eu me senti como se estivesse novamente com um controle na mão, guiando os personagens pelos corredores da mansão. Foram várias as referências que a autora usou na narrativa. Desde os Puzzles (quebra-cabeças que os jogadores têm de resolver para seguir em frente) aos Save Points, que eram os locais onde o jogador poderia salvar o jogo.

“Jill caminhou até a escada segurando firme a pistola, seus passos abafados pelo tapete felpudo que se estendia até a porta da frente. Havia uma velha máquina de escrever em uma mesinha à direita da escada com uma folha branca de papel no tambor, pronta para ser usada. Uma decoração um tanto estranha. Fora isso, o hall amplo estava vazio.”
*Resident Evil: Conspiração Umbrella (pág. 60).

Jogadores contando as balas para chegar no Save Point
                A autora também usa um recurso muito interessante que dá mais vida aos personagens: no meio da narrativa, ela coloca em destaque os pensamentos deles. Às vezes esses pensamentos até complementam o que o narrador está dizendo.

“Joseph se levantou, segurando alguma coisa, e soltou um berro estrangulado antes de largá-la, os olhos arregalados de medo.
Por uma fração de segundo, a mente de Jill não quis acreditar no que Joseph segurava.
‘Uma pistola do S.T.A.R.S., uma Beretta...’
Jill apurou o passado e alcançou Wesker.
‘... e uma mão humana desencarnada em volta dela, arrancada na região do pulso.’”
*Resident Evil: Conspiração Umbrella (pág. 60).

                Os personagens são muito bem explorados pela autora. Talvez até mais que no próprio jogo, pois na época os recursos eram escassos e era difícil conferir profundidade aos personagens. Apesar de seguir à risca o roteiro original, Perry soube colocar mais personalidade neles. O que eu posso deixar como crítica foi a forma como os personagens reagiram diante da ameaça, achei um pouco forçado o modo como a autora descreveu. Foi algo do tipo: “Nossa, zumbis. Ok, vi muitos filmes sobre isso, chumbo neles”.

O primeiro, a gente nunca esquece.
A obra é narrada em terceira pessoa. A narrativa acompanha os passos de cinco personagens, embora Chris e Jill apareçam com mais frequência. A autora tem uma escrita bem fluida. O único “problema” que os leitores podem encontrar é nas descrições de alguns cenários, que são um tanto complexas de se imaginar. A relação temporal é linear. A revisão está boa, mas não escapa de erros na tradução, principalmente de coerência. Mas nada muito grave. A formatação está excelente, com um bom espaçamento entre as linhas, com páginas amareladas e um bom espaço entre um capítulo e outro, sem cansar demais o leitor. A capa mostra os dois personagens principais empunhando suas armas. Curioso notar que apesar de ter a biografia da autora, não há uma foto dela e nem uma sinopse.
S. D. Perry é autora de várias séries famosas como “Aliens”, “Alien vs. Predador” e “Star Trek”. Perry também escreveu os romances inspirados nos filmes “Timecop” e “Vírus”. É filha do escritor best-seller de ficção científica Steve Perry e mora em Portland, no estado norte-americano de Oregon, com o marido e dois filhos.
Resident Evil: Conspiração Umbrella é uma viagem no tempo. Um reencontro com os primórdios do terror, quando jogos como Resident Evil 1, Silent Hill e Alone In the Dark tiravam o sono dos jogadores e garantiam horas de diversão. Recomendo para os fãs da franquia, pois a obra traz alguns elementos que o jogo não explora com tanta profundidade. Recomendo também para os fãs do gênero em geral, pois Resident Evil foi responsável por uma gama enorme de games que exploram o “Survival Horror” (Sobrevivência e Horror). Para os curiosos, que desejam entrar de cabeça nesse mundo, esse livro é um bom começo. 
O fato é que Resident Evil tem causado muitos ataques cardíacos desde 1996, quando o primeiro jogo foi lançado. Muitos outros livros adaptados de outros jogos da franquia foram lançados. E mal vejo a hora de ler o Nêmesis dizendo: “S.T.A.R.S...”




Bibliografia de S. D. Perry (ordem cronológica):

Livros lançados no Brasil:

·         Resident Evil: Conspiração Umbrela (Livro 1) – Benvirá (2013).
·         Resident Evil: O incidente de Caliban Cove (Livro 2) – Benvirá (2014).
·         Resident Evil: A Cidade dos Mortos (Livro 3) – Benvirá (2014).
·         Resident Evil: Submundo (Livro 4) – Benvirá (2014).
·         Resident Evil: Nêmeses (Livro 5) – Benvirá (2015).
·         Resident Evil: Código Verônica (Livro 6) – Benvirá (2015).


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Luciano Vellasco

Sou o cara que brinca de ser escritor e se diverte em ser leitor. Apaixonado por livros, fotografia e escrever. Jogador de rpg nos domingos livres, colecionador de Action Figures e Edições Limitadas de jogos. Cinéfilo, amante de series e animes. Estou sempre em busca de conhecer novas pessoas e aprender com cada uma delas e por último, mas não menos importante: um lendário sonhador.
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Comentários
10 Comentários

10 comentários :

  1. Luciano, que capa linda é esta de Resident Evil?! Meu Deus! Nunca tomei conhecimento dos livros desta série, mesmo não possuindo bastante interesse. A premissa do livro de sobrevivência, assassinos e horror me encanta, mas os jogos unidos aos filmes não me encantam bastante. Espero que a leitura do livro me conquiste.

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  2. Eu sou suspeita para falar sobre Resident Evil porque eu amo demais! Os jogos, os filmes e agora entra para lista os livros... Eu comecei a ler esse livro emprestado do meu primo, mas fiquei sem tempo e devolvi sem terminar. No entanto, a vontade de ler continua e eu realmente quero ler ele novamente e dessa vez completo, só me falta tempo. Amo tudo que envolve o universo de Resident e tenho certeza que irei gostar da leitura, adoro a ligação que tem entre livro, filme e jogos, e sua resenha só me deixou ainda mais curiosa e com vontade de ler! Me contaminou de curiosidade u.u
    Beijos

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  3. Oi Luciano! Confesso que apesar de ler em sua resenha tantos elogios, não tive nenhum interesse em conhecer essa serie. Já vi os jogos e sei que é rico em ação e para quem gosta desse gênero, tenho certeza de que é um prato cheio.
    Mas adorei ler sua resenha rica em detalhes. Está incrível!!
    Bjs!

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  4. Eu não sabia que tinha livros do jogo. Mas se eu entendi direito primeiro vieram os jogos e depois os livros? Se for mesmo assim então é bem interessante, uma forma diferente de fazer as coisas.
    Eu sempre achei legal os jogos mas nunca joguei, só ficava de expectadora. E no meu caso vi os jogos mais recentes, acho que nao tenho esse sentimento de nostalgia que muitas pessoas podem ter ao ler. Em todo o caso fiquei bastante curiosa com a leitura.
    Beijos
    SIL | Estilhaçando Livros

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  5. Oi Luciano, tudo bem
    Veja como estou completamente por fora: já tinha ouvido falar do livro e não sabia que este era baseado em um jogo. E sempre fiquei curiosa sobre o conteúdo do livro. Pelo o que descreveu, deve ser uma sensação única ler a história, ela deve ser bem visual para quem já jogou, pois com certeza irá lembrar das cenas, dos cenários dos jogos e das surpresas,risos... Não sei se é para mim, pois nunca li um livro desse gênero, então, vou deixar a dica anotada e experimentar!!!!! Sua resenha ficou ótima!!!!!
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  6. Lembro de jogar com meu primo e morria de medo! Já assisti ao primeiro filme, foi bom mas não isso tudo que todos dizem. Ótima resenha, mas não tenho interesse em ler essa saga.

    Virando Amor

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  7. Olá, tudo bem?

    Apesar de ser um grande fã de adaptações de jogos, esse é um que eu não animaria ler. Gostei muito dos filmes, mas com o tempo acho que começaram a inventar demais, tanto nos jogos quanto nas animações, e isso meio que me fez perder a graça. Contudo, o primeiro jogo/filme sempre foram meus favoritos, então tenho certeza que a autora conseguiu fazer um bom trabalho, principalmente por ter usado melhor os personagens que, como você disse, à época não tinham muitos recursos de exploração nos jogos.

    Abraços,
    Matheus Braga
    Vida de Leitor - http://vidadeleitor.blogspot.com.br/

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  8. Oi Luciano, tudo bem? Nunca tive vontade de jogar, mas acho bem interessantes essas adaptações de jogos para livros, acho que dá para ter uma noção maior da imensidão do universo e conhecer melhor as personalidades dos personagens. Que bom que a autora fez um bom trabalho, apesar de algumas situações terem saído um pouco forçadas. (Saudades playstation 1)

    Beijinhos,

    Rafaella Lima // Vamos Falar de Livros?

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  9. É isso comecei a dar uma chance aos livros de Zumbis a pouco tempo, e ainda ão incluí "Residente Evil", eu não assisti nem os filmes não consegue , e confesso que acredito mesmo que eu não vá ler esse livro.

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  10. Eu adoro Resident evil, já assisti a todos os filmes lançados, e estou louca para ler os seis livros, mas eu tenho uma mania de quando é serie eu ter todos os livros para depois ler, já consegui esse primeiro e estara chegando aqui na semana que vem, mas ainda não consegui os outros, adoro essa coisas de zumbis

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