Referência
bibliográfica: SUZUMA, Tabitha. Proibido.
1ª edição. Rio de Janeiro,Valentina, 2014. Tradução Heloísa Leal. 304 páginas.
Gênero: Romance,
Drama, Ficção, Young Adults (YA)
Temas: Irmãos,
incesto, tabu
Categoria:
Literatura Estrangeira; Literatura Inglesa
Ano de lançamento:
2010 no Reino Unido e 2014 no Brasil
“Eu te amo muito mais do que como um irmão.
Eu te amo...de todas as formas possíveis e imagináveis”.
Proibido (posição
2.231 – 43% – de 5.217 - E-book via Amazon)
Queridos
leitores, antes de iniciar a resenha, gostaria de fazer duas perguntas: vocês
acham que duas pessoas que se amam verdadeiramente têm o direito de ficarem
juntas? É relevante quem é essa pessoa?
Já refletiram
sobre as repostas? Então, agora vamos à resenha.
A autora,
Tabitha Suzuma, nos traz uma história que gira
em torno da família Whitely. Nesta família conhecemos o Lochan (17 anos), a
Maya (16 anos), o Kit (13 anos), o Tiffin (8 anos) e a Willa (5 anos). Eles
moram no Reino Unido e vivem com a mãe, Lily. Após a separação dos pais deles,
o Sr. Whitely foi morar em outro país para construir uma nova família.
O Lochan e a Maya são os personagens principais do
livro. Ele deseja muito entrar na University
College. É um jovem responsável e
inteligente. Porém, apesar das notas altas na escola, ele possui muita
dificuldade em se socializar com outras pessoas que não sejam da família dele.
Já a Maya é sensível, carinhosa, também responsável, mais sociável que o irmão.
Ela o vê como o seu porto seguro.
A mãe deles é
uma vaca pessoa que realmente precisa amadurecer. Com 45 anos ela ainda
não assumiu a responsabilidade de criar os cinco filhos. Ela ainda acha que é
jovem e que precisa curtir a vida, já que teve os filhos só porque o marido
desejava.
Em toda a minha
vida de leitora, essa personagem foi a mais egoísta que eu já tive o desprazer
de conhecer. Em vários momentos eu quase a matei. No meu imaginário, lógico!
Por conta dela,
a responsabilidade de criar os três irmãos mais novos recaiu sobre o Lochan e a
Maya. Haja vista que a Lily ficava boa parte do tempo na casa do novo namorado,
Davy, e quando aparecia em casa estava bêbada. O dinheiro do trabalho dela ia
boa parte para roupas e bebidas, e sobrava muito pouco para comprar comida e
pagar as contas da casa.
Dessa forma, os
irmãos mais velhos tiveram que conciliar os seus horários de aulas e estudos
para conseguirem criar os mais novos.
O Kit era o
mais revoltado, por conta da ausência da mãe e do pai. Por causa disso, ele
ficava indignado com o Lochan, pois este não era seu pai, mas fazia todas as
funções de um pai, como impor horários para voltar para casa. O Tiffin e a
Willa eram crianças adoráveis, que também precisam de atenção.
Após muito estresse e cansaço, tanto do Lochan
quanto da Maya, para relaxar, a Maya propôs que eles dançassem. Só que como uma das músicas era romântica
eles dançaram juntos como um casal. Então, a partir
dessa música é que a percepção que eles tinham um do outro passou a mudar. Eles
não conseguiam mais se ver como irmãos, mas como um casal.
Leitores, eles
lutaram muito para evitar qualquer relação que não fosse estritamente fraterna. Não
só por conta do que a sociedade poderia pensar, mas também por conta da
legislação que proibia o incesto. Se alguém descobrisse essa relação deles,
poderia chamar algum assistente social, e isso causaria um grande problema,
tendo em conta que a mãe não cuidava dos filhos. O medo deles era da mãe perder
a guarda dos menores e todos eles serem separados em algum orfanato.
Ressalto
que no Reino Unido a união entre familiares é proibida de todas as formas,
mesmo consensual, e é passível de pena de até dois anos de reclusão. Aqui no
Brasil, de acordo com o Código Civil (Lei nº 10.406/2002) no inciso IV do
artigo 1.521, também proíbe o casamento entre irmão, sejam eles “irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais
colaterais, até o terceiro grau inclusive”.
Eu sofri muito
nesse livro. Não só pela história do casal, mas por todas as situações que eles
precisaram enfrentar. O final acabou comigo. Ainda bem que a Maya é forte, caso
contrário eu não teria resistido.
Tabitha Suzuma
é londrina e frequentou uma escola francesa na Inglaterra, tornando-se
bilíngue. No entanto, detestava a escola e sentava no fundo da sala, escrevendo
histórias. Aos catorze anos abandonou os estudos, contra a vontade dos pais.
Continuou sua educação por meio de cursos à distância e foi estudar Literatura
Francesa no King´s College, em
Londres.
O livro possui
26 capítulos mais o epílogo. É narrado de forma linear cronológica e em
primeira pessoa, pelo ponto de vista do Lochan e da Maya. A editora
disponibilizou uma entrevista, legendada, da autora sobre
o livro. Para assistir, clique aqui. Vale a pena assistir o vídeo
antes de ler o livro, considerando que ela explica sobre a questão do incesto
que a motivou na escrita do livro. Também achei no youtube um booktrailer
não oficial do livro. Para visualizar, clique
aqui.
Gostei muito da capa do livro, achei-a mais bonita do
que a capa publicada no Reino Unido. Aproveitei para procurar na internet as
outras capas estrangeiras e encontrei as lançadas no Reino Unido, na Espanha e
na Grécia.
Capas dos livros no Reino Unido, Espanha e Grécia |
É um romance
lindo. Recomendo a leitura. Contudo, saiba que você precisa estar com a mente
aberta e, principalmente, deixar o preconceito de lado antes de lê-lo.
Considerando que a história mexerá com o seu psicológico e com os seus
preconceitos. É um livro cativante que te emociona do início ao fim.
Por fim,
gostaria de encerrar esta resenha com uma citação do livro que aparece antes do
primeiro capítulo:
“Você pode fechar os olhos para as coisas
que não quer ver, mas não pode fechar o coração para as coisas que não quer
sentir. (Anônimo)”
Proibido
(posição 93 – 2% – de 5.217 - E-book via Amazon).
Bibliografia de TABITHA SUZUMA
(ordem cronológica):
Fonte: http://www.tabithasuzuma.com/ |
● Proibido
– Valentina (2014)
● A
note of madness (2007) – não publicado no Brasil
● A
Voice in the Distance (2008) – não publicado no Brasil
●
Without
looking back (2009) – não publicado no Brasil
● Hurt
(2013) – não publicado no Brasil
Categorias:
Gabi Crivellente•
Literatura Estrangeira•
Proibido•
Resenhas•
Tabitha Suzuma•
Valentina
Vivo, sonho e respiro a literatura, seja ela nacional ou internacional. O que importa mesmo é viver.
Leia Mais sobre a autora
Esse livro tem um tema forte, mas quando você vai lendo consegue entender esses dois e é tão triste! O quanto lutam pelo sentimento, por causa dos irmãos e por ser "errado"....foi um livro que me fez repensar e pensar em tanta coisa...
ResponderExcluirÉ errado mesmo? Porque eu só queria que eles ficassem juntos!!!! Aquele final me destruiu também. É de chorar, de revoltar, mas...ai. Com um tema desses fica difícil saber o que sentir exatamente, mas mesmo assim só queria que o amor deles fosse maior que qualquer barreira =/
É muito bom. Vale a pena a leitura.
Oi, Cristiane, o livro também me fez repensar várias coisas, inclusive atitudes ;)
Excluir