Começaremos uma nova seção aqui
no blog, reservada para falarmos sobre nossos escritores nacionais, mas não os
mais recentes, que tem recebido destaque e que estão cada vez mais preenchendo
estantes de novos leitores com suas obras. Estaremos falando dos escritores
nacionais conhecidos como “clássicos”, aqueles que muitas pessoas não costumam
ler por não terem tido uma boa experiência ou primeiro contato com os títulos –
principalmente por serem comumente exigidos para a leitura no ensino médio.
Aluísio Azevedo (A. Tancredo Gonçalves de A.), caricaturista,
jornalista, romancista e diplomata, nasceu em São Luís, MA, em 14 de abril de
1857, e faleceu em Buenos Aires, Argentina, em 21 de janeiro de 1913. Desde
cedo revelou grande interesse pelo desenho e pela pintura, o que certamente o
auxiliou na aquisição da técnica que empregara mais tarde ao caracterizar os
personagens de seus romances. Como sempre foi muito bom caricaturista e
desenhista, Aluísio ingressou na Academia Imperial de Belas-Artes no Rio de
Janeiro quando terminou os estudos no Liceu de Maranhão.
Foi então que escreveu o romance romântico “Uma lágrima de Mulher”, ao
passo que continuou na carreira jornalística, escrevendo para alguns jornais,
entre eles o que ajudou a fundar, chamado “O Pensador”. Este último cuidava de
discutir os problemas sociais como o racismo e tecer críticas contra o clero.
Em 1881 publicou o livro “O mulato”, que daria ao autor o título de
“precursor do Naturalismo no Brasil”. Esta obra foi um verdadeiro
escândalo para a época, pois incitou polêmicas, como o racismo e a corrupção
dos padres.
Obras: Uma
lágrima de mulher (1879); Memórias de um condenado (ou A condessa Vésper)
(1882); Mistério da Tijuca (ou Girândola de amores) (1882); Filomena Borges
(1884); A mortalha de Alzira (1894).
Romances naturalistas: O mulato (1881); Casa de pensão (1884); O
homem (1887); O cortiço (1890); O coruja (1890).
E, para começarmos a conhecer um pouco mais a fundo dessa obra,
recomendamos a leitura de alguns livros mais famosos e conhecidos do escritor.
O cortiço
Sinopse: A obra busca recriar a realidade
dos agrupamentos humanos sujeitos à influência da raça, do meio e do momento
histórico. O predomínio dos instintos no comportamento do indivíduo, a força da
sensualidade da mulher mestiça, o meio como fator determinante do comportamento
são algumas das teses naturalistas defendidas pelo autor ao lado de denúncias
sociais. O protagonista do romance é o próprio cortiço, onde se acotovelam
lavadeiras, trabalhadores de pedreira, malandros e viúvas pobres.
Casa de Pensão
Casa de Pensão inicia com a chegada do jovem maranhense Amancio ao Rio
De Janeiro, que para ali se muda no intuito de estudar medicina na Corte.
Chegando à cidade, Amâncio procura o Sr. Luís Campos, comerciante, amigo de seu
pai, que lhe oferece pouso no interior. O Sr. Campos era casado com D. Maria
Hortênsia, que não se mostra muito a vontade com a chegada do menino à sua
casa, mas que acaba aceitando a decisão do marido. Embora fosse mais econômico,
Amâncio não se mostra muito satisfeito com o fato de se hospedar na casa da
família, pois ele fora para a Capital com o sonho de também viver a noite, as
mulheres, de viver plenamente os seus 15 anos.
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Clássicos Nacionais