Era dezembro de 1994, nunca houvera antes olhos tão lindos como os dela. Dali poderia sair fogos de artifício. Brilho, amor, confiança, ternura. Só poderia sair isso daquele mar de amor castanho escuro. Todos que a viam passar se hipnotizavam com tanta alegria. Tão bela quanto seu nome, Isabela.
Eu estava de férias em Fortaleza com meus pais. Só tinha 18 anos, R$ 50 reais no bolso e infinitos sonhos na bagagem. A vida é feita de sonhos. Sonhos se tornam realidade a partir do momento em que acreditamos e vivemos para torna-los realidade. E eu era isso, nada além de um sopro da vida em busca de coisas impossíveis.
Na praia à noite, saí sem rumo, para caminhar, pensar e fazer o que eu faço de melhor quando estou só: sonhar mais um pouco. O que eu não imaginava era ouvir uma voz doce e suave quando eu estava caminhando na praia, desesperada, mas não por isso menos doce, que dizia:
“- Eiii, volte aqui com as minhas coisas, minha bolsa, meus óculos novos!”
Eu me virei e vi aquela que seria a mulher que só existia nos meus sonhos. Será que eu enlouqueci? Ou somente fui contemplado com o tal do “amor”? Naquele momento não pudera pensar em nada, somente em como ela era linda.
E então, me aproximei e disse: “- Moça, você está bem?”
E ela com aquele olhar atento me disse: “- Você acha que eu estou bem? Como você sentiria depois de ter sido levado de você suas coisas sem ao menos ter reação?”
Não precisei de mais nada além de ver aquela doce e meiga menina de 1,65 de altura, que estivera brava, para me apaixonar.
Não sabia o que dizer para me aproximar dela, e então disse: “-Eu me chamo Roberto, me desculpe por não poder fazer nada, o ladrão correu muito rápido.”
“- Me desculpe você por ter falado dessa maneira, não temos como nos defender da violência hoje em dia de qualquer forma. Me chamo Isabela.” E assim foi que eu conheci a menina dos meus olhos, que me deixou como uma criança feliz por ter ganhado um doce.
E hoje, relembrando desse dia, consigo sentir a mesma alegria que senti. Minha alegria só não pode ser maior que minha tristeza. Minha tristeza por não ter aproveitado o amor que transbordava daquele olhar. Isabela, bela, tão bela, tivera de ir embora. Não só da minha vida, não só do meu olhar. Enquanto atravessávamos a avenida Isabela e eu deixávamos lá algo de nós para sempre. Isabela não deixara nada mais que sua vida lá, e eu meu andar. Aquela que me fez perder meus sonhos certamente está melhor do que eu. Mas não ouso dizer que me arrependo de conhecer Isabela, a mais bela flor que nunca verei novamente.
Sou o cara que brinca de ser escritor e se diverte em ser leitor. Apaixonado por livros, fotografia e escrever. Jogador de rpg nos domingos livres, colecionador de Action Figures e Edições Limitadas de jogos. Cinéfilo, amante de series e animes. Estou sempre em busca de conhecer novas pessoas e aprender com cada uma delas e por último, mas não menos importante: um lendário sonhador.
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