Ficha técnica:
Referência bibliográfica: FISHER, Tarryn. A Oportunista. 1ª edição. São Paulo, Faro Editorial, 2016. 254 páginas.
Gênero: Romance.
Temas: Perda de memória. Romance. Primeiro Amor.
Categoria: Literatura Estrangeira.
Ano de lançamento: 2016.
“Eu aceitei que cada ação gera suas consequências. Eu as mereci, sem sombra de dúvida. Agora, porém, não posso mais me dar ao luxo de tomar más decisões. Cada passo é precioso. Cabe a mim estabelecer a definição de viver.”
*A Oportunista (pág. 252).
O amor não é sinônimo de felicidade. Olivia Kaspen é uma mulher que descobre, da pior forma possível, como os sentimentos são sujos. Ela e Caleb Drake se apaixonam mutuamente ainda jovens e inexperientes, mas os traumas do passado se colocam como um muro no relacionamento.
Depois de mentiras, trapaças, felicidade e sofrimento, Olivia e Caleb se encontram novamente, mas com uma coisa diferente – Caleb está sem memória. Olivia se vê diante de uma oportunidade de modificar a sua vida novamente com ele. Será que Caleb ainda conseguirá amar essa mulher?
Antes de tudo eu preciso confessar que esse livro tocou profundamente a minha cabeça e o meu coração. Em alguns anos de leitura de romances, eu nunca senti uma ligação tão profunda com uma obra anteriormente. Quando li a sinopse de “A Oportunista”, não achei que teria um enredo bom; porém, me surpreendi completamente. Pois bem, vamos aos fatos.
A proposta do livro é diferente. Olivia é uma mulher culpada pelo fim do relacionamento caótico; Caleb é aquele que fez de tudo para continuar a amá-la e Leah é a outra mulher capaz de qualquer coisa para conquistar o mocinho que não é tão inocente – nessa história, todos são pecadores. Depois de alguns anos e um acidente que pôs um fim na vida de um amigo não reveleado, Caleb perdeu a memória. Ele namora com Leah e Olivia é a sua ex. Em um dia nublado qualquer, Olivia e Caleb se encontram. Ela tenta fugir dos fantasmas que sobraram do relacionamento dos dois enquanto Caleb – que não se lembra de nada – insiste em conhecê-la melhor. Com o passar da insistência, Olivia se envolve cada vez mais e esconde a verdade dele.
Eu juro que não compreendo como Olivia pode se sentir culpada pelo fim do relacionamento dos dois. A todo momento a autora tenta nos jogar contra a protagonista, mostrando as atitudes e pensamentos desta. Mas aí é que está: Olivia é um ser humano como qualquer outro. Caleb, por sua vez, não tem nada de coitado. Ele se esconde por trás do sotaque britânico e do sorriso caloroso. A vida lhes deu uma nova chance, mas eles ainda não conseguem se acertar.
Olivia era uma jovem completamente sozinha. Ela perdeu os pais muito cedo de forma trágica e teve que se virar como pôde. Por outro lado, Caleb é um homem riquíssimo, que sempre teve tudo de última linha. Os dois se apaixonam – pela primeira vez – na faculdade e vivem lindos momentos juntos. A autora dá uma facada nas costas dos leitores quando apresenta os motivos do final do relacionamento dos protagonistas.
Incompreensão e choro, muito choro. Como assim duas pessoas que se amam passam anos e anos em um relacionamento conturbado?! Por que Tarryn Fisher envolveu a personagem Leah – uma víbora de quinta categoria – na vida de Caleb e Olivia?! O final do livro me fez questionar o porquê de todas as ações dos personagens durante a trama. Tudo poderia fluir de uma forma diferente para contribuir com um final digno. No entanto, não foi o que aconteceu. Esse livro é, definitivamente, daqueles que transformam a vida do leitor.
“A Oportunista” é cruel com qualquer um que tenha a esperança de um mundo de conto de fadas, como eu. Ainda estou tentando entender como Tarryn uniu características tão reais nos personagens. A construção do enredo cheio de altos e baixos envolve o leitor de uma forma fascinante. As verdades dos relacionamentos que não são perfeitos e a ameaça ao final feliz é aterrorizante.
“A Oportunista” é narrada em primeira pessoa, por meio da protagonista Olivia Kaspen. A linguagem é bem simples, porém o livro é dividido entre partes que se revezam entre o passado e o presente. A relação temporal truncada realizada por Tarryn é instigante pois narra o presente e revela o passado aos poucos, porém essa construção pode confundir o leitor. O livro é graficamente simples, apesar de cada capítulo e as partes possuírem algumas flores que dão leve beleza às páginas.
Tarryn Fisher é cofundadora de um blog de moda e coautora da série Never Never, de Colleen Hoover. A autora do romance de Olivia Kaspen e Caleb Drake mora em Seattle com a família. A trilogia Love Me With Lies marca a entrada da autora no mundo literário. Os próximos livros da série apresentarão o desenrolar da história com ponto de vista dos outros dois personagens principais – Caleb Drake em “Thief”, e Leah Smith em “Dirty Red”.
A obra de Tarryn é um balde de água fria para românticos como eu. A trama não se trata da busca pela felicidade, mas os perigos e caminhos encarados em uma caça desesperada ao final feliz. O amor mal resolvido, as mentiras e trapaças nos faz questionar o que seríamos capazes de fazer por uma ideia utópica. Portanto, “A Oportunista” é ideal para os céticos em relação ao drama e irá, com certeza, chocar os acostumados com histórias de amores e relações sentimentalistas e poéticas. Antes de ler “A Oportunista” saiba que a sua ressaca literária vai ser daquelas que deixam a cabeça latejando por dias. Depois de ler a última página, as horas que se seguem são arrastadas pela devastação e confusão causadas pela obra.
Livros:
- Nunca, Jamais – Galera Record (2015).
- A Oportunista – Faro Editorial (2016).
Categorias:
Faro Editorial•
Literatura Estrangeira•
Resenhas•
Tarryn Fisher
Meu deus! Parece ser um livro com uma carga emocional muito pesada, o meu tipo preferido, esses que fazem a gente pensar e pensar e pensar... Estou morrendo de vontade de lê-lo agora ahahahaha
ResponderExcluirhttp://notasmentaisparaumdiaqualquer.blogspot.com/
Oi, Bianca! É pesadíssimo e difícil de abandonar. Leia mesmo!
ResponderExcluirBeijos
Oi!
ResponderExcluirEu tinha visto esse livro e a sinopse me chamou atenção, mas quando li ela não conseguiu me conquista e passar toda essa carga que vejo com a resenha, realmente o livro me conquistou, parece ser personagens bem complexões onde ninguém e inocente e essa resenha me deixou muito curiosa para ler esse livro e poder descobrir mais sobre esses personagens !!