7 motivos para ler Guanabara Real: A Alcova da Morte

Olá, queridos leitores da Academia! Como devem saber, a Academia acompanhou bem de perto a divulgação da obra Guanabara Real: A Alcova da Morte. Nesse meio tempo fizemos divulgação exclusiva, entrevistamos editor e autores e em breve (quero eu) sai a resenha. Enquanto ela não vem, resolvi estrear uma TAG que já estava querendo fazer a algum tempo, que é uma lista de motivos para dar aquele empurrãozinho aos leitores que estão em duvida se vale ou não a pena ler um determinado livro. Antes de mais nada, quero deixar registrado que trata-se de uma opinião minha (assim como as resenhas) e ninguém é obrigado a segui-las (ou concordar com elas). Ok? Dito isso, vamos à lista:



1- Tem mistério


Você curte um bom mistério? Que te deixa de cabelo em pé a cada nova página? Que te faz devorar o livro em dias só para saber o que rola no final? Eis aqui uma boa adição a sua estante. Guanabara Real apresenta uma trama de mistério que envolve um assassinato na noite de inauguração de um importante monumento construído pelo Barão do Desterro, um dos mais influentes empresários e filantropos do Brasil. Não bastasse isso, no local do crime foram encontrados pictogramas feitos com sangue (e não era o sangue do morto). Quanto mais os protagonistas se embrenham na investigação, mais perguntas aparecem, aumentando ainda mais o mistério do que parecia, ao primeiro momento, ser "apenas" um assassinato.

2- Fantasia nacional


Escrever fantasia no Brasil é algo complicado. Não bastasse todo o preconceito em torno da literatura nacional como um todo, escrever fantasia se torna um desafio ainda maior pelo puro ceticismo dos consumidores desse tipo de literatura que se apoiam (e por vezes comparam) nossos nacionais com obras de grande destaque lá fora, como alguns títulos que frequentemente vemos em editoras como a Leya, Darkside e Record. Isso não é uma discussão para essa lista (talvez em um post específico sobre o assunto). O fato é que temos sim grandes nomes do gênero, embora (ainda) sejam poucos. Posso citar rapidamente: Leonel Caldela, Eduardo Spohr, Affonso Solano e Raphael Draccon. E cada vez que você apoia um, você da oportunidade para outros se aventurarem, trazendo conteúdos cada vez mais, perdão pelo trocadilho, fantásticos a nossa literatura fantástica nacional. E Guanabara Real é um ótimo exemplo de como temos bons expoentes dessa vertente. 

3- Ambientado no Brasil


Isso é algo que defendo com unhas e dentes: o autor que pede valorização de autores nacionais, tem de começar fazendo ele a diferença. Quantas obras não consumimos que se passam no exterior? Porque não ambientar a história em terras nacionais? Pra mim isso faz uma diferença enorme na aproximação com o leitor. Não que isso seja obrigatório nem nada e não existe nenhuma regra que diz que a história de autor x deva se passar no Brasil, mas tem algumas histórias que já li, que ficava pensando: poderia ser ambientado facilmente no Brasil. Existem coisas que simplesmente não fazem sentido dentro da própria narrativa e por vezes isso tira até o prazer da leitura. Quase sempre que pego uma história nacional e vejo que é ambientada no Brasil, fico pensando "não seria legal passar pelo local x que o autor colocou na sua história?" Posso até tentar escrever um Academia Opina sobre o assunto, se vocês se animarem. Sobre Guanabara, embora seja um livro de fantasia retrofuturista, ele é ambientado no Rio de Janeiro (fictício, mas ainda assim, Rio de Janeiro). Eu, como leitor, costumo olhar com um pouco mais de carinho para obras ambientadas em nosso território, embora, novamente, não veja como um problema narrar obra em qualquer canto do universo, desde que tenha uma proposta legal dentro da trama.


4- Vilão Foda (sim, com F maiúsculo)


Não adianta colocar em uma história grandes heróis, se o vilão não está à altura (ou acima) destes. E o vilão de Guanabara Real é tão foda, mas tão foda, que ninguém conseguiu descobrir o que ele fez até ser tarde demais. Se brincar, nem o narrador sabia até ler a última página rs. Além de dar muita dor de cabeça para os protagonistas, o final épico (e com gosto de quero MUITO mais) foi obra dele. Obviamente, não me estenderei nesse ponto, já que é um spoiler gigantesco enaltecer ainda mais o vilão da história. Nem preciso dizer que terá continuação, né?

5- Crítica Social 


Guanabara Real apresenta em sua narrativa muitas críticas à sociedade. A começar pela desigualdade social, retratada nas histórias de alguns personagens da trama e no próprio cenário que é o Rio de Janeiro até os dias atuais, com favelas sem saneamento básico para os pobres e opulentas mansões para os ricos. Eles em sua opulência e o pobre em sua miséria. O racismo, questões de gênero e o machismo também são pontos muito bem explorados na trama. E tudo isso é feito de forma natural dentro do que é proposto na história, sem forçar barra, sem levantar bandeiras. Apenas mostrando a coisa como ela realmente é.

6- Quebra estereótipos 


A líder da agência Guanabara Real é uma mulher. Um dos associados é um engenheiro negro. E o terceiro tem traços indígenas, é bissexual e lida com ocultismo. Dai você pergunta: sim, e dai? E eu respondo: estamos falando de uma obra ambientada no final do século XIX, onde o preconceito imperava escancarado na sociedade. Então imagine esses três, seres tão distintos do que a sociedade chamava na época de "gente civilizada" enfrentando tudo e todos para trazer justiça? Fora isso, apenas o simples fato de termos representantes das pretensas minorias como protagonistas, por si só, é algo digno de nota.


7- É uma obra escrita por três autores


Isso mesmo que você leu! Guanabara Real foi idealizado e escrito pelas mãos habilidosas de três autores nacionais. São eles: Andre Zanki Cordenonsi, Enéias TavaresNikelen Witter! Cada qual responsável por dar vida aos personagens Firmino Boaventura, Remy Rudá e Maria Tereza Floresta, respectivamente. Cada capítulo é narrado pela ótica de um dos personagens centrais da trama e é possível notar as peculiaridades na construção do texto de cada um, sem que isso prejudique a dinâmica do livro. Nunca tinha lido uma obra nesse formato e adorei a experiência.

Da esquerda para a direita: Andre Zanki Cordenonsi, Enéias Tavares e Nikelen Witter

É isso, queridos leitores! Espero ter ajudado vocês a darem uma chance a esse livro fantástico. Não só ele, mas a literatura fantástica nacional, que acreditem, tem um potencial enorme no Brasil e precisa demais do seu apoio.

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Até a próxima.

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Luciano Vellasco

Sou o cara que brinca de ser escritor e se diverte em ser leitor. Apaixonado por livros, fotografia e escrever. Jogador de rpg nos domingos livres, colecionador de Action Figures e Edições Limitadas de jogos. Cinéfilo, amante de series e animes. Estou sempre em busca de conhecer novas pessoas e aprender com cada uma delas e por último, mas não menos importante: um lendário sonhador.
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Comentários
4 Comentários

4 comentários :

  1. Já estou interessada!
    Amo livros que se passam aqui no Brasil e quero muito ver esse mistério que tem no livro!
    Gostei muito da premissa dele e amei o post!

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  2. Achei bacana demais vocês poderem acompanhar de pertinho tudo relacionado a essa obra.
    Adoro fantasias, mistérios, vilões... Parece que a história está bem completinha.
    Espero conferir em breve, estou bem interessada.
    Beijos,
    Caroline Garcia

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  3. Luciano!
    Para mim nem precisava desses motivos, porque após ler as entrevistas com os autores e o produtor, já andava ansiosa pela leitura.
    Os motivos são apenas observações pontuais que estimulam ainda mais a curiosidade pela leitura.
    “A sabedoria é a única riqueza que os tiranos não podem expropriar.” (Khalil Gibran)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP COMENTARISTA ABRIL especial de aniversário, serão 6 ganhadores, não fique de fora!

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  4. Oi Luciano,
    Eu nem precisava desses 7 motivos para querer ler esta obra, pois como venho acompanhando tudo que vocês tem divulgado sobre o livro já estou convencida de a leitura vale a pena. Vou aguardar ansiosa pela resenha.

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