Ficha técnica:
Referência bibliográfica: YOUNG, William P.; tradução de Alves
Calado. A Cabana. 1ª edição. São Paulo: Arqueiro, 2017. 248 páginas.
Gênero: Ficção.
Temas: Superação. Deus. Assassinato.
Categoria: Literatura Estrangeira. Literatura norte-americana.
Ano de lançamento: 2008.
“Mack
concentrou-se no caminho. Enquanto rodeava as árvores, viu pela primeira vez um
magnífico jardim e pomar, contido num terreno que não teria mais de 4 mil
metros quadrados. Mack imaginara um jardim em estilo inglês, perfeitamente
cuidado e organizado. Não era assim!
Era um caos de
cores. Jorros ofuscantes de flores se espalhavam em meio a legumes, verduras e
ervas plantados aleatoriamente, um tipo de vegetação que Mack nunca vira. Era
confuso, espantoso e incrivelmente lindo.”
*A Cabana (pág. 121).
A ‘Grande Tristeza’ anda
lado a lado com Mackenzie Allen Phillips desde a morte da sua filha mais nova,
Missy. A criança foi sequestrada e o corpo nunca foi encontrado – apenas o
vestido que ela vestia antes de sumir. A roupa foi achada ensanguentada em uma
cabana velha, e Mack nunca esqueceu aquele lugar.
Um dia ele recebe uma carta
inesperada: Deus o convida para um encontro onde os seus pesadelos moram,
naquela terrível cabana. Ele, então, aproveita a saída da esposa Nan e dos
filhos em um fim de semana e vai até o local, sem saber se encontrará Deus, o
assassino de Missy, ou pior: nada.
William P. Young nos leva a
uma aventura ao lado de Mack, o homem que, compreensivelmente, se revoltou
contra Deus após o sumiço da filha mais nova. Ele não se conforma com a maneira
como a vida dela foi tirada tão repentinamente. Nan, a mãe de Missy e esposa
dele, é diferente: ela tem um apego especial com Papai, como ela chama Deus.
A primeira parte do livro
pode desestimular a leitura. Ela é monótona, melancólica e triste, sem atrativos
para acompanhar o ritmo da história. O Mack do início é um homem comum que
frequenta a igreja mas não se contenta nem se conforma com a visão que tem de
Deus. Ao receber a carta, porém, tudo muda. Nós, então, vibramos com a
possibilidade de uma história empolgante. E é exatamente isso que o autor nos
dá.
Mack conhece Deus (Papai),
Jesus e Sarayu (o Espírito Santo). O autor estudou teologia e por isso
podemos perceber em inúmeras passagens que ele acrescenta explicações e bases religiosas
para os personagens criados por ele. Esses, por sua vez, personificam grupos
que historicamente sofrem preconceitos: Papai é uma mulher negra e gorda; Jesus
é israelense; Sarayu é oriental. A representação dessas pessoas é um dos
grandes acertos da trama.
Edição especial de 10 anos de "A Cabana", publicada pela Arqueiro em 2017 |
A edição especial de 10 anos de lançamento da obra – publicada pela
Arqueiro aqui no Brasil – traz novidades. Além da capa ser uma cena do filme
baseado na história de William P. Young – lançado neste mês –, há outras fotos
dentro do livro, que mostram um pouco da representação dos personagens nas
telonas. Há também uma nota do autor contando como a obra foi escrita e de que
forma ela se tornou um sucesso de vendas. “A Cabana” foi traduzida para 50
idiomas e já vendeu 20 milhões de cópias pelo mundo.
Deus é tudo que a gente
imagina de bom. William P. Young não nos acrescenta nada mais além da bondade
divina que todos nós conhecemos. Apesar disso, vale a pena descobrir como se
configuram intimamente esses três personagens. Podemos acompanhar também a
"cura" da alma de Mack. Ele passa poucos dias com Papai e os demais
em um ambiente celestial, que impressiona pelas transformações incomuns da
natureza.
"- Mack, eu crio um bem incrível a partir de tragédias indescritíveis, mas isso não significa que eu as orquestre. Nunca pense que o fato de eu usar algo para um bem maior significa que eu o provoquei ou que preciso dele para realizar meus propósitos. Essa crença só vai levá-lo a ideias falsas a meu respeito. A graça não depende da existência do sofrimento, mas onde há sofrimento você encontrará a graça de inúmeras maneiras." *A Cabana, pág. 177.
O livro é narrado em
terceira pessoa por um narrador onisciente. A trama é fluida e o foco narrativo
se restringe à mudança de Mack em relação ao seu relacionamento com Papai. A
aventura do protagonista nos leva a um mundo perfeito, onde tudo é florido e é
sempre verão – o que torna a leitura agradável, uma boa companhia em meio à
correria do dia a dia.
William P. Young tem
uma trajetória incomum: ele foi criado por pais missionários em uma tribo
indígena em montanhas da antiga Nova Guiné Holandesa. Para pagar os estudos,
trabalhou como DJ, salva-vidas e teve outros empregos temporários. Ele é
formado em Religião, no Oregon, EUA.
“A Cabana” é um daqueles
livros que nos deleitam por ser leve e nos proporcionar uma história que,
apesar de triste, ainda assim é sobre felicidade e superação. Indico esse livro
para aqueles que gostam de narrativas que envolvem o mundo espiritual e
demonstram a força que a fé tem – ou pode ter – na vida dos personagens. Você
pode ser ateu, mas se for um leitor de mente aberta, esse livro também pode te
agradar.
Bibliografia
de WILLIAM P. YOUNG (ordem cronológica):
Livros:
- A Cabana – Sextante (2008).
- A Travessia – Arqueiro (2012).
- Eva – Arqueiro (2015).
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William P. Young
Tenho bastante interesse em ler o livro e assistir ao filme.
ResponderExcluirParece ser uma história pra lá de emocionante, com um tema bem interessante.
Vejo muita gente falando bem da obra e isso vem me deixando cada vez mais curiosa.
Espero conferir ambos em breve.
Beijos,
Caroline Garcia
Oi, Carol! Mesmo com uma trama previsível, o livro me surpreendeu. Vale a pena ler! Também quero muito ver o filme e espero fazê-lo em breve.
ExcluirBeijos.
Isadora!
ResponderExcluirHá muito quero fazer a leitura desse livro e se possível assistir o filme tmabém.
Gosto demais das leituras que nos trazem alguma elevação espiritual e nos fazem trabalhar nosso sentimentos para melhoria.
Desejo uma ótima semana!
“Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria.” (Campbell)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Olá, Rudy! Gosto desse estilo de enredo porque nos dá esperança de um mundo melhor.
ExcluirBeijos.
Todos estão lendo e vendo esse filme!
ResponderExcluirEu não tenho nenhum interesse nele!
Sei lá, não bateu vontade de ler.
Beijoss
Oi, Rita! Essa é uma obra que agrada muita gente, mas também desagrada por ter um cunho espiritual, bastante otimista. Mas vale a pena conferir, afinal, vai que te surpreende, ein?! Haha.
ExcluirBeijos.