Séries de romances policiais contemporâneos que merecem sua atenção

Bons mistérios e protagonistas carismáticos. Conheça três séries instigantes que trazem os melhores elementos do Romance Policial.



                Olá, queridos leitores, tudo bom com vocês?
                Para encerrar o #SetembroPolicial, gostaria de indicar algumas séries de romance policial muito boas que estou acompanhado. Abaixo vocês vão perceber que elas tem particularidade que as diferem entre elas, o que me faz gostar de cada uma de um modo diferente. Em comum, além do gênero literário, elas tem o poder te manter o leitor cada vez mais curioso a cada página virada.
                Então, parafraseando o saudoso Chapolin Colorado: “Sigam-me os bons!”


***

Série Conrado Bardeli – Victor Bonini

Livros publicados:
  • Colega de quarto – Faro Editorial, 2015;
  • O casamento – Faro Editorial, 2017.

                Vamos abrir essa lista com um representante brasileiro: Victor Bonini!
                O jovem escritor paulistano nos apresenta Conrado Bardeli, o Lyra. O detetive particular de humor ácido é inteligente, astuto e incansável na tarefa de solucionar os casos que caem em suas mãos. Com abordagens não muito ortodoxas, e as vezes se arriscando muito mais que a prudência e o bom senso aconselhariam, ele não mede esforços para desvendar o mistério.
                Os livros de Bonini – apenas dois por enquanto – tem um ponto em comum muito peculiar: o enredo se fundamenta em fatos inusitados dentro de uma situação corriqueira. Eu exemplifico. No livro de estreia, “Colega de quarto”, um estudante que mora sozinho começa a notar sinais da presença de uma pessoa vivendo dentro de seu apartamento. Intrigado e, posteriormente, assustado, ele contrata os serviços de Bardeli para investigar a situação. Mas a aparente paranoia do jovem ganha outras proporções quando seu “suicídio” pode na realidade ser um assassinato. Já no segundo livro da série, “O casamento”, Bardeli acaba vendo os rumos de sua investigação sobre um caso de chantagem mudar quando um assassinato acontece minutos antes do início da cerimônia de casamento da filha de um antigo amigo com quem mantem pouquíssimo contato, realizado em um hotel fazenda, cerimônia para a qual tanto ele quanto seu cliente (o do caso da chantagem) foram convidados.
                É interessante notar a habilidade do autor em mudar o foco do mistério, acrescentando uma morte à um caso que, a princípio, era bem mais simples e corriqueiro. E isso sem perder a essência do caso original. Outro aspecto digno de nota é o crescente desenvolvimento do detetive-protagonista de um livro para o outro. Bonini vai revelando detalhes da personalidade e da vida de Bardeli gradativamente. E a cereja do bolo, na minha humilde opinião, é o fato de, por se tratar das obras de um escritor brasileiro, as histórias tem como pano de fundo cidades e lugares familiares a nós, brasileiros. Nunca me canso de me encantar quando leio uma história que se passam em lugar que posso reconhecer!






Série Erika Foster – Robert Bryndza

Livros já publicados no Brasil:
  • A garota no gelo (“The girl in the ice”, 2016) – Editora Gutenberg, 2016;
  • Uma sombra na escuridão (“The night stalker”, 2016) – Editora Gutenberg, 2017;
  • Sob águas escuras (“Dark water”, 2016) – Editora Gutenberg, 2018;
  • O último suspiro (“Last breath, 2017) – Editora Gutenberg, 2018.

                Conheci está série através de um clube de leitura do qual temos a honra de ser o Blog Padrinho. Estou falando do Clube do Livro Autêntica (se quiser saber mais, clique aqui). Já discutimos no clube 03 dos 04 livros da série publicados no Brail e, preciso dizer, estou gostando muito!
                A série é protagonizada pela Inspetora Chefe Erika Foster e tem como pano de fundo a cidade de Londres. O livro de estreia apresenta uma Erika fragilizada que tenta reconstruir a vida pessoal e profissional após uma batida policial fracassada que ela chefiou e que resultou na morte de todos os policiais sob seu comando – incluindo o marido dela! – e quase custou a vida dela também. Após ficar entre a vida e a morte, ela se muda de cidade e de delegacia.
                O destaque da série vai para o desenvolvimento do relacionamento entre Erika e os outros membros da equipe dela, especialmente a Moss, o Perterson, o legista (que esqueci o nome, sorry) e também o chefe (outro que esqueci o nome. Sou péssima, eu sei XP). Aqui o profissionalismo evolui para companheirismo e amizade. Os dramas particulares de Erika vão sendo gradativamente explorados, um pouquinho por vez em cada livro. E, à medida que ela se aproxima dos companheiros, um pouco (ou muito, no caso de alguns) da vida deles também ganha espaço e destaque.
                Quanto aos crimes, esses são um deleite a parte. Os aspectos que compõem o crime em si geralmente não são tão rebuscados, mas apresentam uma dose considerável de mistério para manter o leitor satisfatoriamente intrigado. Devo dizer que, ao ler mais de um dos livros que compõem a série, é possível perceber um padrão bem curioso em todos os crimes e que ajuda o leitor mais atento a deduzir quem é o criminoso. Obviamente não vou expor esse padrão aqui para dar a chance de vocês mesmos o descobrirem (afinal, não é essa a graça de um romance policial?).












Série Dave Gurney – John Verdon

Livros já publicados no Brasil:
  • Eu sei o que você está pensando (“Think of a number”, 2010) – Editora Arqueiro, 2011;
  • Feche bem os olhos (“Shut your eyes tight”, 2011) – Editora Arqueiro, 2012;
  • Não brinque com fogo (“Let the devil sleep”, 2012) – Editora Arqueiro, 2013;
  • Peter Pan tem que morrer (“Peter Pan must die”, 2014) – Editora Arqueiro, 2015.

                Fã das clássicas histórias de detetive, John Verdon iniciou sua carreira literária alguns anos após sua aposentadoria no setor publicitário. Aposentado, Verdon mudou-se com esposa da agitada Manhattan para viver numa fazenda no interior do estado. Assim como o autor, o protagonista de seus livros, o detive Dave Gurney, também abandona o caos da cidade grande para desfrutar da tranquilidade da vida no interior junto com a esposa após aposentar-se do Departamento de Polícia de Nova York.
                O que torna o detetive criado por Verdon tão fascinante é seu “vicio” em resolver enigmas. Os fãs da série televisiva “Dr. House” vão encontrar uma agradável semelhança em ambos os protagonistas nesse aspecto em especifico. Dave Gurney, embora já livre das obrigações sociais como policial aposentado, não consegue se privar da tentação de se debruçar sobre as minúcias de casos que outros consideram obscuros e enigmáticos demais. É o prazer de desvendar a charada que o move. E ele é realmente muito bom nisso. Mas essa relutância em abrir mão desses casos, ainda que como consultor da polícia ou mesmo das próprias vítimas, acaba por gerar uma crise em seu casamento uma vez que sua esposa, Madeleine, é totalmente contrária ao seu envolvimento em tais assuntos já que, invariavelmente, sua vida acaba sendo posta em risco. Isso estabelece um ponto interessante de conflito que une todos as obras da série, uma vez que o detetive está constantemente tentando equilibrar a balança onde, de um lado, está seu amor por sua esposa e a felicidade ao lado dela e, do outro, sua paixão pelos enigmas.
Outro ponto extremamente positivo nos livros de John Verdon é o fato de os enredos abordarem crimes que flertam com o irreal, o impossível, o insolúvel. Para capturar a atenção de Gurney (e consequente do leitor), o enigma deve ser verdadeiramente desafiador. Some a isso as ações de criminosos extremamente inteligentes e ousados e a atuação ineficiente/incompetente da polícia e você terá histórias que te fazem ficar grudado no livro até a última página.
Se quiser conhecer um pouco mais sobre um dos livros do autor, temos a resenha de “Peter Pan tem que morrer” nesse link.












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É isso, meus caros leitores! Essas são três séries policiais que estou acompanhando atualmente e garanto que são muito boas. Sei que estou devendo a resenha da maior parte desses livros e pretendo corrigir isso. Vou ter que reler alguns porque minha memória não é mais como costumava ser (leia-se “estou ficando velha” XP) e muitos detalhes dessas histórias já se perderam nos confins do meu cérebro. Quem sabe no próximo #SetembroPolicial, não é mesmo? Quem viver, verá!
Espero que tenham gostado dessas dicas!


Helkem Araujo

O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade; sei lá de quê! - Florbela Espanca
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