Sou o cara que brinca de ser escritor e se diverte em ser leitor. Apaixonado por livros, fotografia e escrever. Jogador de rpg nos domingos livres, colecionador de Action Figures e Edições Limitadas de jogos. Cinéfilo, amante de series e animes. Estou sempre em busca de conhecer novas pessoas e aprender com cada uma delas e por último, mas não menos importante: um lendário sonhador.
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ENTREVISTA: Victor Gomes
Postado por: Luciano Vellasco No dia: quinta-feira, março 26, 2015 1
Olá, leitores da Academia!
Hoje tem entrevista na Academia! Entrevistamos nosso autor parceiro Victor Gomes, autor de "Eu destruí aquela Vida". Já divulgamos nosso parceiro (link), já resenhamos sua obra (link) que por sinal é fantástica e agora vamos saber um pouco mais do autor em uma entrevista descontraída, onde ele nos conta alguns detalhes sobre a criação da obra e novos trabalhos! Confiram abaixo:
Academia: Primeiramente, aquela pergunta clássica: quem é o homem
Victor Gomes? E quem é o escritor Victor Gomes?
Victor: Não sei me definir. Na realidade, acho impossível, porque
não acho que tenha algo que me defina de fato. Como disse o Álvaro de Campos na
Tabacaria: “Não sou nada/Nunca serei nada/Não posso querer ser nada/À parte
isso tenho em mim todos os sonhos do mundo”.
Quanto ao escritor,
esse é alguém apaixonado por histórias que não consegue se desligar delas por
um segundo e precisa contar algumas.
Academia: Como leitor, quais são suas preferências de gêneros e
temática? E quais suas obras e autores preferidos?
Victor: Difícil dizer, mas gosto de livros mais fortes, assim como
os que escrevo. Histórias que sejam somente bonitinhas não me agradam. Tem que
ser cru, violento, grosseiro, assim como a vida tantas vezes é.
Também tenho grande
dificuldade em eleger preferências, mas não posso deixar de citar o Chuck
Palahniuk, autor do Clube da Luta, e o Neil Gaiman (muito embora eu não escreva
fantasia). São autores maravilhosos que me influenciaram muito. Entre os
nacionais fico com o Daniel Galera, autor de Barba Ensopada de Sangue.
Tem muito escritor bom nesse mundo, então é difícil não esquecer alguém.
Academia: Se você pudesse eleger um livro de cabeceira, qual seria?
Victor: “Cem anos de solidão”, do Gabriel García Márquez.
Academia: Quando e como você passou de alguém que lê histórias a alguém que cria histórias?
Victor: Quero escrever desde os seis anos de idade, quando pela
primeira vez terminei de ler um livro. Mas só fui escrever uma história
completa – no caso, um conto – aos dezessete anos, já na universidade. Tive uma
ideia que não dava para manter só na mente. Saiu a história de um cara
antissocial que morre e vai para o inferno, onde é condenado a passar a
eternidade sozinho. A partir daí não parei de escrever minhas histórias.
Academia: “Eu destruí aquela vida” trata de temas bem fortes e
impactantes. O primeiro e mais obvio deles é a existência e a natureza de um
ser divino regendo a vida dos seres humanos. O livro chega citar o
questionamento de Descartes a respeito dessa questão. A pergunta é: Descartes
foi a fonte de inspiração para sua história ou você já se questionava sobre
esse assunto antes de cursar Filosofia?
Victor: A história nasceu de uma conversa que tive com um amigo, na
qual expliquei a dúvida cética sobre a realidade do mundo exterior, ou seja, a
possibilidade de que os nossos sentidos sejam enganosos e nada do que
experienciamos exista. Mas veio tanta coisa depois que a ideia original
realmente se perdeu. Então o que motivou a história foi essa conversa, mas
depois vieram as inúmeras inspirações que fizeram o romance ser o que é.
Academia: Temas filosóficos estão presentes aos montes no
livro. E ainda assim você os trata de
maneira muito natural, tendo como porta voz o narrador/divindade. Qual dos
vários temas ali abordados mais mexe com sua imaginação?
Victor: Todos me encantam por serem complexos e, ao mesmo tempo,
anti-intuitivos. Quer dizer, quem se pergunta se o mundo é do jeito que vemos
ou não, né? Quem acredita que é correto trair? Mas é o tipo de raciocínio que
me faz pensar. Acho que a discussão ética é o que mais me instiga, por ser algo
tão importante para o ser humano.
Academia: Uma pergunta que não quer calar: entre Utilitarismo e
Ceticismo, com qual corrente você mais se identifica?
Victor: Do modo como as coloquei no livro, não estou com nenhuma,
embora o utilitarismo seja uma corrente ética muito interessante. Sou, de certo
modo, um cético, mas não radical como os céticos do romance. Também tenho
raízes utilitaristas, mas não do modo como o protagonista é. Mas se tenho que
responder a pergunta diretamente, fico com o ceticismo.
Academia: Como foi pra você escrever uma história tão forte e tão
perturbadora (as cenas do cemitério e da escola então...)? E qual a sua
percepção da reação do público à sua história?
Victor: Foi curioso, porque a primeira versão escrevi num espaço de
três meses em que eu mal saía de casa. Férias da faculdade, ainda não
trabalhava, foi bem intenso. A imersão ajudou, acho.
Quanto ao público, tem
sido bem positivo. Algumas pessoas me disseram que não é o tipo de história
delas, que preferem algo mais leve. Ainda assim, elogiaram minha escrita. A
grande maioria gostou bastante, o que, óbvio, me deixa muito feliz.
Academia: Como dissemos em nossa resenha, seu livro de estreia
mostra uma maturidade e uma consistência de ideia realmente impressionante para
um escritor tão jovem. A quê você atribui isso?
Victor: Devo as ideias à minha graduação em filosofia. A escrita é
fruto de estudo e esforço mesmo. Desde o começo me preocupo em adquirir técnica
para combinar com o talento que acredito ter.
Academia: Qual foi e como foi o seu processo criativo?
Victor: Estruturo todo o livro antes de escrever. Cada cena,
reflexão do personagem, tudo. Aí sento e escrevo. Claro que mudo muita coisa,
tenho ideias ao longo da história, mas o esqueleto da história me mantém no
caminho certo. Se não fica uma bagunça, uma desordem não planejada, e raramente
sai coisa boa disso.
Academia: E quanto a publicação? Qual o caminho que você seguiu
para ter seu livro disponível para os leitores?
Victor: Procurei escrever uma história que eu considerasse
realmente boa e, ao mesmo tempo, que fosse publicável comercialmente. Quando
considerei que tinha chegado lá, entrei em contato com um agente e consultor
literário que topou trabalhar comigo. Foi quando comecei a conversar com o
editor da Zap Book, que gostou da história e resolveu publicá-la.
Academia: Podemos esperar por um próximo livro? Temática similar ou
pretende se enveredar por outros campos?
Victor: Já estou escrevendo. Esse ano termino e vamos ver quando
será publicado. É um livro diferente, temática diferente, sem elemento
fantástico. A presença de teorias filosóficas é muito menor. Mas acho que sairá
algo bem legal.
Academia: Qual escritor ou escritora você indicaria para ser nosso
“Parceiro da Academia”?
Victor: Indico o Gustavo Magnani, que em breve será publicado pela
Geração Editorial. É um cara genial. Tive a sorte de ser leitor-beta do romance
de estreia dele, “Ovelha”, e acho que vai deixar muita gente de olhos
arregalados pela força e qualidade da história.
Academia: Para
finalizar, gostaríamos de agradecer pela parceria e colaboração com a Academia. Deseja deixar um
recado para os aspirantes a escritores? E para seus leitores?
Victor: Eu que agradeço a parceria e divulgação, o trabalho de
vocês é maravilhoso. Aos que desejam escrever, recomendo pé no chão. Não é
fácil escrever bem e, mesmo que você escreva bem, não é fácil ganhar espaço no
mercado. Eu mal comecei. Mas para quem é apaixonado por literatura, vale a
pena, então vão em frente!
Aos meus leitores, só
tenho a agradecer. Cada vez que recebo um elogio entusiasmado ou simplesmente
um comentário sobre o livro me encho de alegria, porque esse é meu objetivo:
contar histórias que mexam com os leitores. Quero melhorar cada vez mais, para
contar histórias cada vez melhores. Aguardem que em breve sai livro novo!
Obrigado, Victor! A Academia Literária DF agradece sua participação, atenção e carinho dedicados a essa parceria. Sucesso em sua carreira!
Já conferiram nossa resenha da obra? Clique aqui!
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Comentários
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Nem preciso dizer que estou ANSIOSA por esse próximo livro, né? Se for tão bom quanto o primeiro... acho que vou ter um treco!
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