RESENHA - Zoo (James Patterson)

Ficha técnica:
Referência bibliográfica: PATTERSON, James. LEDWIDGE, Michael. Zoo. 1ª edição. São Paulo, Editora Arqueiro, 2015. Tradução de Cláudio Carina. 288 páginas.
Gênero: Suspense.
Temas: Animais, Apocalipse, Morte.
Categoria: Literatura Estrangeira; Literatura Norte-Americana.
Ano de lançamento: 2012 nos Estados Unidos; 2015 no Brasil.














“CAH: Conflito entre Animais e Humanos. Essa era a teoria em que eu estava trabalhando.
Basicamente, eu acreditava que o comportamento animal estava mudando no mundo todo. Não para melhor. Nem um pouco. Em todos os continentes, cada vez mais espécies começavam a mostrar comportamentos hiperagressivos em relação a um animal específico.
O inimigo éramos nós. Eu e você. Gente. O homem, cara.”
*Zoo (pág. 20).

Algo está acontecendo na natureza.
Inexplicavelmente, animais de muitas espécies passam a caçar e matar humanos de forma brutal. Começou com os selvagens e ferozes, como os leões e ursos. Até aí, as pessoas eram céticas quanto ao problema, já que todo ano pessoas morrem vítimas de animais selvagens. Porém, o que parecia ser uma doença logo se espalha e afeta os bichos de estimação. Cachorros, gatos, camundongos e outros animais domésticos mostram garras e dentes e as vítimas se multiplicam.
Apavorado com o fenômeno, o jovem biólogo Jackson Oz assiste à escalada dos acontecimentos. Ele já prevê esse cenário apavorante há anos, mas sempre foi desacreditado por todos à sua volta. Depois de quase morrer em uma emboscada de leões em Botsuana, na África, Oz parte em uma jornada desesperada para provar sua teoria. Com a ajuda da ecologista Chloe Tousignant, Oz trabalha contra o tempo para encontrar a causa do problema e convencer os líderes mundiais de que a ameaça é real e que se não for controlada a tempo, pode levar a civilização humana à ruína.
Em breve não restará nenhum esconderijo para os humanos...
James Patterson apresenta aos leitores a obra Zoo, que conta a história de um jovem biólogo que tenta provar a todos que o reinado dos humanos sobre a terra pode estar com os dias contatos. O livro já começa tenso, mostrando o ataque de dois leões de um zoológico a um funcionário, que foi devorado, e a subsequente fuga dos felinos. Em seguida somos apresentados ao personagem principal da trama: Jackson Oz, ou apenas Oz. Um biólogo que largou uma carreira promissora para se dedicar quase que exclusivamente a sua teoria de que o comportamento dos animais estava mudando. E mudando para pior. Depois de receber uma ligação de um amigo que trabalhava em uma reserva na África, Oz parte em busca de provas para a sua teoria e encontra lá não só as evidências de que precisava, mas também sua maior aliada, a bióloga Chloe Tousignant. Juntos, tentam desvendar a causa do fenômeno e principalmente buscar uma solução.
Devo confessar aqui que nunca li nada do autor, e isso é algo que será corrigido com o tempo. Fiquei muito impressionado com a escrita ágil e direta dele. Apesar de ter gostado da sinopse, ainda estava com o pé atrás com o livro, não tinha criado muita expectativa. Mas isso caiu por terra quando cheguei na parte em que Oz se aventura na África. Não pude deixar de associar a passagem (e a capa do livro) ao filme chamado The Ghost and the Darkness (A Sombra e a Escuridão, no Brasil). Quem não viu, veja. É um ótimo filme. Eu sempre fui fã de histórias que envolviam animais. Nada de “Winter, o Golfinho”. Estou mais para “Orca, a baleia assassina” (sangue no olho, eu sei). Já assisti vários, de grandes produções cinematográficas como Jurassic Park e Tubarão aos trashs trash sci-fi (não, não vi Sharknado, seria pedir demais), mas nunca tinha lido nada que tivesse como foco animais (Jurassic Park está na fila) e um amigo me recomendou a obra “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell, por ter uma pegada parecida com o que eu li em Zoo. Então, já podem imaginar o quanto fiquei empolgado quando um bando de 20 leões machos se juntam para promover uma verdadeira chacina nas selvas africanas.
Espere, você disse 20 leões, todos machos?
É isso ai. Fazendo uma pesquisa rápida, qualquer um vai saber que bandos da espécie abrigam dois, três, raramente quatro machos. Mas vinte?!?! E caçando?!?!
O problema não para por aí. Você pode até pensar: Ah, se for só os animais selvagens tudo bem. Estamos na “selva de pedra”, aqui eles não entram. Muitos pensaram assim até começarem a surgir relatos de animais domésticos como cães e gatos atacando seus donos. E quando eu digo ataque, não é uma “mordidinha aqui, outra ali”. É ataque de abrir estômagos e arrancar vísceras pra fora. Ok, cachorros e gatos, vamos isolá-los. Aí vêm os ratos, camundongos e outros animais menores...

"- Meu Deus, está ficando tão ruim assim por aí, tenente? – perguntei, gesticulando para a máquina de guerra que estávamos prestes a embarcar.
Durkin pegou nossas malas como se fosse um carregador de hotel e nos conduziu para o Humvee.
- Manhattan está evacuada além da Rua 96. Estamos começando com os hospitais e asilos.
- O quê? Por quê?
- Ratos."
Zoo, pág 200


                A obra tem uma narrativa muito envolvente, que prende e nos faz refletir “E se isso acontecesse mesmo?”. A cada novo relato eu ficava me perguntando: “Qual vai ser o próximo ataque?”. E ainda por cima, o autor usa de um recurso que eu achei “maldade”: os capítulos são muito curtos. O maior, creio eu, tinha cinco páginas (não sei se é assim nos outros livros do autor). Sabe aquele efeito do “só mais um capítulo”?. Foi muito mais devastador nesse livro, pois eu ficava com aquela sensação de que eu tinha lido pouco, vou ler só mais um pouco. E quando eu vi... acabou. É como diz a contracapa: “as páginas viram sozinhas”.
                O que eu gostei muito foi o uso da narrativa em terceira pessoa para dar vez aos animais. Há algumas passagens na história totalmente dedicadas a eles, onde o autor narra o acontecimento sob a perspectiva do animal. Isso deu ainda mais dinamismo na narrativa e em certo ponto até mesmo nos faz refletir sobre até que ponto os animais (principalmente os domésticos) podem nutrir sentimentos por nós na tentativa de bloquear seus instintos primitivos.
                Minha única crítica (se é que posso chamar isso de crítica) é que o autor não aproveitou o gancho para mostrar com mais riqueza de detalhes como a humanidade estava se comportando quando os animais enlouqueceram de vez. Apenas os personagens centrais e alguns secundários ganharam voz. Seria interessante ver uma narrativa mais aprofundada no que concerne ao fim do mundo. Há apenas algumas menções a protestos, vandalismos, mesquinhez e mais mortes. Mas nada muito detalhado.
                A obra é dividida entre narrador em primeira e terceira pessoa. Temos a ótica de Oz (em primeira pessoa); e a ótica de personagens secundários e também dos animais (em terceira pessoa). A narrativa é toda linear e no meio da história temos um salto de cinco anos para o futuro. A fluidez da narrativa é tranquila, em parte graças à escrita ágil do autor e ao fato dos capítulos serem bem curtos, detalhe que não atrapalha em nada a continuidade da leitura. A revisão está ótima. Um errinho aqui, outro ali, mas foram poucos que eu vi e nenhum grave. A formatação é bem caprichada. O livro é dividido em seis partes: Prólogo; Livro 1: o começo do fim; Livro 2: África; Livro 3: Lar, doce lar; Livro 4: Os Nativos estão inquietos; e Epílogo. Ao final, são apresentados outros títulos do autor. A capa é maravilhosa, com o título em relevo. O leão da capa traduz com perfeição todo o suspense que a obra passa ao leitor.
James Patterson é hoje um dos autores mais vendidos no mundo inteiro. Seu livro de estréia The Thomas Berrynan Number ganhou o Edgar Award de melhor romance policial. Foi publicado em 1976, depois de recusado por mais de 20 editores. O autor iniciou então uma série de best-sellers, incluindo os seis livros com o personagem Alex Cross, um detetive-psicólogo. Antes de se tornar um escritor em tempo integral, Patterson trabalhou na área de Publicidade por muitos anos. Foi presidente da J. Walter Thompson, North America, de 1990 a 1996. Estudou no Manhattan College e depois na Vanderbilt University. Vive atualmente em Palm Beach, Flórida, com a mulher e o filho.
          A obra foi uma grata surpresa. Fiquei muito impressionado com a escrita do autor e recomendo para todos os fãs do autor essa obra. Ainda para aqueles que adoram adaptações, uma dica: a CBS adaptou Zoo para uma série que em breve chegará ao público via Netflix! Recomendo também para quem gosta do tema "fim do mundo". Sei que o tema está bastante batido, mas imaginar o fim da civilização sendo protagonizado pelo seu cachorro ou gato de estimação é um pouco inusitado. Já para quem tem coração fraco... esse livro pode ser um tanto perturbador. Imaginar que a qualquer momento seu pet pode se virar contra você pode ser um pouco tenso. Fica o alerta.
                James Patterson faz jus a sua reputação e entrega aos leitores um livro ágil e instigante, que nos faz refletir e questionar: “E se?”.



Bibliografia de James Patterson:

Obs: Sendo o autor (literalmente falando) uma máquina de publicar livros, vamos colocar o link do skoob do autor, pois se colocarmos aqui, a lista de livros publicados por ele ficaria maior que a resenha ¯\_(ツ)_/¯

Link: Skoob.


Luciano Vellasco

Sou o cara que brinca de ser escritor e se diverte em ser leitor. Apaixonado por livros, fotografia e escrever. Jogador de rpg nos domingos livres, colecionador de Action Figures e Edições Limitadas de jogos. Cinéfilo, amante de series e animes. Estou sempre em busca de conhecer novas pessoas e aprender com cada uma delas e por último, mas não menos importante: um lendário sonhador.
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Comentários
2 Comentários

2 comentários :

  1. Oi Lu, tudo bem?
    Sabia que você ia gostar. Tenho uma relação de amor e ódio com Patterson...tem livros dele que não suporto, mas tem uns que amo. Ele é um autor que escreve vários gêneros.
    Já comecei a assistir a série de TV, muito boa e você tem que ver. Parabéns pela resenha.

    Beijos,
    Leitora Sempre

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  2. Tanques Prismáticos Grabe comumente trazem despesas mais altas do que os tanques cilíndricos verticais de igual capacidade, mas oferecem mais oportunidades de instalação de dimensões nas dimensões.

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