Sou o cara que brinca de ser escritor e se diverte em ser leitor. Apaixonado por livros, fotografia e escrever. Jogador de rpg nos domingos livres, colecionador de Action Figures e Edições Limitadas de jogos. Cinéfilo, amante de series e animes. Estou sempre em busca de conhecer novas pessoas e aprender com cada uma delas e por último, mas não menos importante: um lendário sonhador.
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RESENHA – A Hora do Lobisomem (Stephen King)
Postado por: Luciano Vellasco No dia: terça-feira, outubro 24, 2017 4
Ficha
técnica:
Referência
bibliográfica: KING, Stephen. A Hora do Lobisomem.
1ª edição. Rio de Janeiro, Editora Suma de Letras, 2017. Tradução: Regiane
Winarski, 149 páginas.
Gênero: Terror
Temas: Lobisomem,
assassinatos.
Categoria: Literatura
Estrangeira; Literatura Norte Americana.
Ano de
lançamento: 2017
“Uma criatura chegou a Tarker’s Mills, tão
sorrateira quanto a lua cheia presidindo o céu noturno. É o lobisomem, e não há
mais motivo para o surgimento dele do que haveria para a chegada de um câncer
ou de um psicótico com intenções assassinas ou de um tornado devastador. A hora
dele é agora, o lugar dele é aqui, nesta pequena cidade do Maine, onde jantares
de caridade na igreja são um evento semana, onde garotinhos e garotinhas ainda
levam maças para as professoras, onde as Excursões na Natureza do Clube dos
Cidadãos Idosos são religiosamente relatadas no jornal semanal. Semana que vem,
haverá notícias de natureza mais sombria. ”
*A hora do
lobisomem (pág. 17).
O
primeiro grito veio de um trabalhador ferroviário isolado pela neve, enquanto
as presas do monstro dilaceram sua garganta. No mês seguinte, um grito de
êxtase e agonia escapa de uma mulher atacada no próprio quarto.
Agora,
toda vez que a lua cheia brilha sobre a cidade de Tarker’s Mill, acontecem
novas cenas de terror inimagináveis. Quem será a próxima vítima?
Quando
a lua sobe no céu, os moradores da cidade são tomados por um medo paralisante.
Uivos quase humanos ecoam no vento. E há pegadas por todos os lados de um
monstro cuja fome nunca é saciada.
A
hora do lobisomem chegou.
Antes
de mais nada, preciso dizer que essa foi a minha primeira experiência literária
com o mestre do terror Stephen King. Sim, eu gosto muito de terror. Como pode
eu nunca ter lido nada, não é? Nem eu sei. Mas eu li e quero mais. Porém, em
doses leves, pois preciso terminar meu TCC (rsrs).
A
história se passa em uma cidade chamada Tarker’s Mill. Um lugar pacato para se
viver, até que uma série de violentos assassinatos começam a acontecer. Muitas
teorias são levantadas pelos habitantes locais, porém, apenas um pensava em
algo diferente. Apenas um habitante pensava que o autor das brutais mortes era
uma criatura que em teoria, povoava apenas o imaginário daqueles loucos o
suficiente para imaginarem sua existência. Apenas ele acreditava no lobisomem.
Como
disse antes, essa foi minha primeira experiência com o King e devo dizer que
embora o livro não tenha me prendido tanto assim, gostei da premissa. No
entanto, é inegável a qualidade de escrita do autor. A maneira como ele conduz
a história passa a sensação de que estamos ali pertinho dos personagens,
sofrendo junto com eles.
O livro é dividido em doze capítulos.
Cada capítulo se passa no dia de lua cheia. A cada novo mês o lobisomem ataca e
deixa a cidade cada vez mais intrigada e com medo do novo ciclo da lua cheia.
No início a narrativa parece desencontrada, com relatos aparentemente isolados, quase como se fossem contos.
Porém, as coisas começam a se encaixar após o terceiro assassinato, onde o
autor mostra porque é o mestre do terror, descrevendo não apenas ataques
atrozes da criatura, mas também elucidando o medo crescente na população da
cidade.
“As noites em Tarker’s Mills - conforme a lua vai
enchendo pela terceira vez naquele ano - estão se tornando momentos de
desconforto… Os dias são melhores. Na praça da cidade, o céu fica lotado de
pipas durante as tardes. ”
*A Hora do
Lobisomem (pág. 39).
Um
fato curioso: não há qualquer explicação dentro da obra para a aparição do
lobisomem. Ele simplesmente está lá, assim como o Sol está no horizonte todas
as manhãs. A criatura aparece, mata e some sem deixar pistas sobre sua
localização. Então não esperem algum tipo de “revelação” sobre a origem do
lobisomem.
“Lá fora, as pegadas da criatura são cobertas pela
neve, e o uivo do vento parece selvagem de prazer. Não tem nada de Divino ou de
Luz naquele som insensível; só há o inverno sombrio e o gelo escuro.
O ciclo do Lobisomem começou”
*A Hora do
Lobisomem (pág. 18).
(imagem)
Também
é interessante notar que num primeiro momento não existe um personagem central.
Pelo menos não um que apareça sempre e seja o foco de toda a narrativa. O autor
concentra a trama nas noites dos ataques. Apenas no decorrer da história
conhecemos aquele que é a chave para o mistério em torno das aparições do
monstro. Aquele que desvenda o segredo por trás das mortes. E é legal a
brincadeira que o autor faz com os personagens, já que a figura do lobisomem
representa o que há de mais poderoso em oposição a figura frágil do personagem
que descobre sua real identidade. Já devem ter notado que dar “nome aos bois” é
spoiler, né?
“A mão livre do lobisomem agarra o cabelo
recém-cortado de Neary e o puxa parcialmente para fora da cabine da picape.
Uiva uma vez em triunfo e afunda o focinho no pescoço do policial. Alimenta-se
enquanto a cerveja gorgoleja para fora da garrafa e faz espuma no chão, ao lado
dos pedais do freio e da embreagem.
Adeus psicologia.
Adeus, bom trabalho policial. ”
*A Hora do
Lobisomem (pág. 18).
O
livro é bom. Bem curto, você pode ler em apenas uma tarde (ou noite, se a
coragem deixar), mas não é aquele tipo de obra que te impacta e te deixa sem
dormir dias a fio (pelo menos para mim não foi). Espero em breve ter novas
experiências com a escrita do mestre.
A obra é narrada em terceira pessoa. A
fluidez da narrativa é tranquila. O autor sabe como manipular as palavras para
que o leitor se sinta mais tentado a devorar rápido as páginas. E ajuda o fato
de que nenhum capítulo tem mais de 10 páginas. Aqui não há foco no
desenvolvimento dos personagens. Sabemos nomes e algumas poucas características
de alguns (a maioria, das futuras vítimas) e só. A única exceção, em partes, é
a do personagem que descobre a identidade do lobo.
A relação temporal é toda linear. Cada
capítulo se passa em um mês do ano (imagem abaixo), logo após uma ilustração
em preto e branco e quase no fim de cada capítulo uma imagem (cada uma mais
sensacional que a outra) colorida que mostra alguma passagem do capítulo. A
revisão está ótima, assim como a formatação do texto. Nada a reclamar.
O trabalho de diagramação está
sensacional. O livro foi relançado pela Suma de Letras, fazendo parte de uma
coletânea chamada “Biblioteca do Stephen King”, que já conta com três
livros lindos de morrer e talvez esse seja o grande chamariz para que o leitor
possa se envolver ainda mais com a obra. Começando pela capa dura e relevo no
título do livro. As imagens apresentadas ao longo da narrativa são assinadas
pelo ilustrador Bernie Wrightson. Algo que achei legal da parte da editora foi
convidar ilustradores brasileiros para deixar ilustrações que representassem
sua cena preferida no livro. Todas estão logo após o posfácio.
Stephen
King era um leitor fanático dos quadrinhos EC's horror comics incluindo Tales
from the crypt, que estimulou seu amor pelo terror. Na escola, ele escrevia
histórias baseadas nos filmes que assistia e as copiava com a ajuda de seu
irmão David. King as vendia aos amigos, mas seus professores desaprovaram e o
forçaram a parar.
De 1966 a 1971, Stephen estudou Inglês
na Universidade do Maine em Orono, onde ele escrevia uma coluna intitulada
"King's Garbage Truck" para o jornal estudantil, o Maine Campus. Ele
conheceu Tabitha Spruce lá e se casaram em 1971. O período que passou no campus
influenciou muito em suas histórias, e os trabalhos que ele aceitava para poder
pagar pelos seus estudos inspiraram histórias como "The Mangler" e o
romance "Roadwork" (como Richard Bachman).
Stephen King é autor de mais de
cinquenta livros best-sellers no mundo. Os romances recentes incluem Mr.
Mercedes (vencedor do Edgar Award de melhor romance, em 2015), Achados e
perdidos, Último turno, Revival, Escuridão total sem estrelas (vencedor dos
prêmios Bram Stoker e British Fantasy), Doutor Sono, Sob a redoma (que virou
série) e Novembro de 63.
Recomendo
para os fãs do autor. Não que precise, pois quem já leu algo do King,
certamente vai procurar outras obras, como eu farei em breve. Por ser uma
história curta, recomendo para aqueles que estão em busca de uma história
rápida. Quem gosta do mito do lobisomem também pode curtir a obra. Nem preciso
dizer que é um livro de terror, né? Então os que têm coração mais fraco, pense
em ler com a luz acesa.
A hora do lobisomem é um livro curto
que te ganha pela narrativa veloz e livre de enrolação, entregando ao leitor o
que ele veio buscar: medo e morte.
Bibliografia de STEPHEN KING (ordem cronológica):
Livros:
Como o autor tem muitos livros, disponibilizamos o
link para a página do skoob.
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Comentários
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Luciano!
ResponderExcluirNão tem como um livro do King não ser bom, né?
Adoro história com lobisomens e se tem mesmo tanta carnificina como diz, deve escorrer sangue pelas páginas, do jeitinho que gosto.
Quero descobrir quem é esse danado que anda aterrorizando a pequena cidade.
Desejo um maravilhoso e florido final de semana!
“Para saber uma verdade qualquer a meu respeito, é preciso que eu passe pelo outro.” (Jean-Paul Sartre)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE OUTUBRO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
Pois é! Muito bom mesmo. Espero que curta a leitura, Rudy.
ExcluirBeijos!
Oi Luciano,
ResponderExcluirÉ mais um livro do mestre do terror que não conhecia , mas que chamou muito a minha atenção. Acredito que a proposta de King para este enredo está em mexer com a mente do leitor através de possibilidades e sondar os mistérios por trás de uma pequena cidade, fazendo desta a protagonista ao invés dos vários personagens presentes. Um ponto a favor da trama está nas ilustrações, pois contribui para o envolvimento do leitor na história. Como histórias que envolvem lendas urbanas sempre mexem mais com a minha imaginação é certo que A hora do Lobisomem é um livro que vou querer ler.
Interessante sua análise, Gislaine! Não tinha pensado por esse lado da cidade ser o protagonista. Faz sentido. Obrigado pela contribuição!
ExcluirBeijossss