Ficha técnica:
Referência
bibliográfica: MUNHÓZ, Carolina. ABRAHÃO, Sophia. O Reino das vozes
que não se calam. Rio de Janeiro, Fantástica Rocco, 2014. 1ª edição, 288
páginas.
Gênero: Ficção
infanto-juvenil brasileira, fantasia – ficção.
Temas: Fantasia,
seres exóticos, adolescência.
Categoria:
Literatura nacional.
Ano de lançamento:
2014.
“Lembrava-se da água violeta tocando seu corpo, da sensação reconfortante que aquilo passava, de sentir o vestido colado e a dormência convidativa. Conseguia ainda observar os rostos bizarros dos seres aquáticos jamais vistos até então e absorver a escuridão tão desejada. Cruzara a barreira. Passara pela segunda etapa. No entanto, algo acontecia. (...)”.
“O Reino das vozes que não se calam”, (pág 220).
Dizem que o mundo é cruel.
Diante deste, algumas pessoas não conseguem sobreviver à dose de crueldade
diária imposta por muitos. Sophie é uma dessas pessoas. Uma jovem corajosa e
autêntica que tem o seu brilho natural ofuscado por pessoas egoístas que a
menosprezam sem um motivo. Sophie se encontra em um mundo onde nem os pais
parecem aceitá-la. Acredita que só tem Dior, o seu cachorro fiel.
De uma hora para outra a vida
de Sophie muda completamente, de modo que ela nunca mais será a mesma. Em um
dia de cochilo típico, ela acorda em um mundo que não é o seu. Um mundo onde
todos parecem aceitá-la e amá-la do jeito que ela é. Porém, ao mesmo tempo em que
se encontra noutro mundo, tem de encarar os seus problemas “reais”. Sophie
então terá de enfrentar o maior dilema de sua vida.
Fonte: Facebook |
Uma jovem bonita e triste:
assim se apresenta Sophie, a personagem principal do livro “O Reino Das Vozes
que Não Se Calam”. Filha única de George e Laura, Sophie se vê sozinha em um
mundo onde todos a julgam e a rejeitam. Ela é uma personagem intrigante e de
personalidade forte que vive em um mundo onde não é aceita e, de repente,
descobre outro em que todos a amam e necessitam dela. Como em best-sellers de
ficção com uma pitada romântica, as autoras conseguiram a receita para o
sucesso: unir a infelicidade de uma adolescente com a magia do sobrenatural – o
que é capaz de mudar totalmente a vida da jovem. A personagem principal então
descobre o “Reino”, um lugar misterioso e convidativo. A descrição do “Reino” é
sutil e precisa, porém confesso que me perdi algumas vezes neste por haver
detalhes excessivos.
Um grande acerto das autoras
foi a construção dos personagens que vivem no “Reino”. Estes são exóticos e é
perceptível que foram bem planejados, havendo uma razão e explicação, dentro do
enredo, para a maioria deles.
Voltando para o mundo “real”,
os personagens George e Laura, pais da Sophie, foram também desenvolvidos e
harmoniosos na trama. Eles são clássicos pais que não entendem os filhos, mas
tentam apoiá-los sempre. Nada fora dos padrões a que estamos acostumados.
Diferentemente do que aconteceu com o personagem Léo, que apesar de ser
apaixonante, não parece casar bem com o enredo da obra. Esperava mais deste
personagem (que é muito importante) e por isso me decepcionei neste ponto. Os
demais personagens, como Mônica e Ana, são bem humoradas e casaram
perfeitamente com a vida conturbada e confusa da personagem principal.
Algumas vezes durante a
leitura, me deparei com citações de músicas, inclusive de uma das escritoras, a
Sophia Abrahão. Além de música brasileira, há também trechos de músicas
internacionais, como The Beatles, Pink Floyd, Oasis (amei!), Lorde etc. A música
faz parte da vida das pessoas e aqui fez a diferença na construção do enredo,
já que a personagem principal possui o talento do canto, apesar de não gostar
que os outros saibam disso. Um detalhe interessante e peculiar.
A obra é narrada em terceira
pessoa, através de um narrador onisciente. Algumas frases curtas, em itálico,
foram usadas para apresentar pensamentos dos personagens durante a narrativa. O
foco narrativo é a personagem principal, Sophie, em suas novas descobertas e
ações quanto às essas. A trama é contada de forma linear, com poucos flashbacks.
O livro tem 288 páginas, e
é dividido em um prólogo e 28 capítulos enumerados, porém sem nomes. A obra não
apresenta erros quanto à revisão e formatação. Foram usados alguns trechos de
músicas brasileiras e estrangeiras. Quanto á esta última ocorreu algo incomum:
a narrativa se estende à tradução (o mais comum é que seja feita no rodapé) o
que, apesar de não dificultar a leitura, trará complicações se acaso a obra
vier a ser traduzida para o inglês. No final há um playlist das músicas
utilizadas e os nomes das bandas citadas na obra.
A capa e todas as páginas
da obra despertam a atenção pela beleza. Cada detalhe parece que foi feito à
mão, tamanha a delicadeza encontrada. O meu exemplar tem em algumas páginas
erro de impressão, o que resulta em alguns borrões no inferior destas, porém
não é nada que atrapalhe o desenvolvimento da leitura.
Em 4 de novembro de 1988
nascia em São José do Rio Preto (SP) Carolina Munhóz Honório, uma brasileira
que logo se tornaria jornalista e grande romancista. É integrante do Potterish, um dos maiores sites de Harry Potter do
mundo: o que nos dá uma ideia da sua imensa paixão por aventuras. Com apenas 25
anos, a autora de livros de ficção e aventura foi comparada e eleita, pela
Revista Época, como seguidora dos passos de autoras renomadas como Cassandra
Clare e Alexandra Adornetto. Vencedora do Prêmio Jovem Brasileiro de 2011 e
Destaques Literários de 2012, a
autora também chamou a atenção de grandes veículos de comunicação como Estadão, O
Globo, rádio Record de Londres,
Capricho e Disney Channel, além de ter o privilégio do livro “O Reino das vozes
que não se calam” ser citado no Domingão do Faustão, programa da Rede Globo.
Esta obra traz uma
surpresa: é o resultado de duas mentes brilhantes. Carolina Munhóz contou com a
parceria de Sophia Abrahão. Sophia é uma artista completa: modelo, atriz,
cantora e agora escritora. Aos 23 anos, a paulistana lançou seu primeiro livro:
“O Reino das vozes que não se calam” (2014). Sophia Abrahão é,
com certeza, um sucesso, principalmente entre o público jovem. Além de vencer diversos prêmios
nacionais, como “Melhor Atriz Nacional“, “Mais Estilosa” e “Melhor Instagram”, no Capricho Awards 2012, a jovem venceu seu primeiro prêmio internacional
em 2013: o de Celebridade
Fashion Mundial (Celebrity Fashion Shorty Award Leaders) no Shorty Awards,
considerado o Oscar das redes sociais pelo The New York Times.
Apesar de ser uma obra
infanto-juvenil, durante a leitura, muitas vezes eu me senti no mundo de
Sophie, olhando através dos olhos dela, sentindo as angústias e prazeres da
mesma. Uma sensação que só foi possível por conta do enredo bem escrito e
desenvolvido. Um livro só é um bom livro quando consegue dar essa sensação ao
leitor.
Bibliografia de CAROLINA MUNHÓZ (ordem cronológica):
Livros:
- A fada - Fantasy – Casa da Palavra (2012);
- O Inverno das fadas - Fantasy – Casa da Palavra (2012);
- Feérica - Fantasy – Casa da Palavra (2013);
- O Reino das Vozes que não se calam – Editora Fantástica Rocco (2014).
- Fui uma boa menina? - Rocco Digital (2013).
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Sophia Abrahão
Já queria o livro e agora quero mais....
ResponderExcluirPreciso do livro e você foi uma ótima em detalhar o livro!
Parabéns pela resenha!!!
Viviana
www.devoreumlivroeoufilme.blogspot.com.br
Estou com esse livro aqui em casa parado, mas pretendo mudar isso e ler, pois fiquei interessada pela sua resenha. http://cantinhodacarolll.blogspot.com.br/2015/01/o-codigo-do-apocalipse.html
ResponderExcluirViviana, que bom que tenha gostado! Leia o livro, você não irá se arrepender.
ResponderExcluirViagem Literária, não deixe o livro parado, pegando poeira. Leia! Você vai gostar. :)
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