Ficha técnica:
Referência bibliográfica: REEF, Catherine; tradução de Kátia Hanna. Jane Austen – Uma vida revelada. 1ª edição. Barueri, SP: Novo Século Editora, 2014. 224 páginas.
Gênero: Biografia; literatura juvenil.
Temas: Jane Austen; romancistas ingleses; século 19.
Categoria: Literatura estrangeira.
Ano de lançamento: 2014.
“Ninguém sabe as opiniões de Jane Austen sobre religião ou política, ou mesmo o que fizera ou pensara por semanas ou meses durante determinados períodos. Cartas e antigos diários podem revelar muito sobre pessoas famosas do passado, mas Austen não deixou nenhum diário. Após sua morte, os parentes destruíram muitas das cartas que a autora escreveu, por razões que podemos apenas supor. Seriam pessoais demais? Poderiam ferir o sentimento de alguém ou revelar uma faceta de Jane Austen que sua família preferia esconder?”
*Jane Austen – Uma vida revelada (pág. 17).
Por meio de cartas que resistiram à família e ao tempo, Catherine Reef traça um perfil da famosa escritora inglesa Jane Austen. A biografia apresenta a vida de Austen desde que era menina até quando ela começa a ganhar os frutos do seu trabalho que propõe profundo mergulho na alma humana.
Jane nasceu como filha de um pároco um tanto humilde e morreu como solteira que começava a receber pelos livros que escreveu durante a vida. Na biografia escrita por Reef, são reveladas opiniões da autora sobre diferentes pessoas que fizeram parte de sua curta vida, inclusive sobre o rapaz que lhe despertou paixão.
Logo no início do livro, Reef alerta que é difícil retratar como era Jane Austen porque não há diário dela conhecido e grande parte das cartas que ela escreveu para pessoas próximas foi queimada pela família.
Uma das primeiras dúvidas postas é: Jane era gentil, como afirmava a família, ou uma mulher de pensamentos ácidos como indicam as palavras escritas por ela?
“É difícil acreditar que uma criatura tão amável e bondosa tenha escrito linhas como estas: ‘Não quero que as pessoas sejam muito agradáveis, assim fico livre do problema de gostar muito delas.’ ‘Para que vivemos, se não para divertirmos nossos vizinhos e rirmos deles quando for a nossa vez?’ ‘A senhorita Allen pertencia à numerosa classe de mulheres cujo único sentimento que conseguiam provocar na sociedade era o espanto de haver no mundo algum homem que pudesse gostar delas o suficiente para desposá-lá'”.
Não se sabe muito sobre a aparência de Austen também. Reef introduz na biografia que, enquanto alguns diziam que os cabelos da autora eram “finos e naturalmente cacheados, nem claros nem escuros”, outros a descrevem como mulher de “cabelos negros, compridos até os joelhos”.
Reef lembra que Jane tinha uma grande família e amava os irmãos e os pais, com quem morou até a morte. Sua preferida entre todos, considerada melhor amiga, companheira e confidente, era Cassandra, irmã três anos mais velha que ela. Durante a infância e início da vida adulta, os filhos do casal Austen viveram na paróquia de Steventon, onde o pai de Jane era reverendo.
A vida no interior, no entanto, nem sempre foi fácil ou feliz, principalmente para Jane, Cassandra e a mãe. Depois que o patriarca da família morreu, as mulheres, solteiras e viúva, tiveram que ser sustentadas pelos homens da família.
A obra de Reef, porém, vai além da jornada da escritora: mostra a sociedade da época que muito inspirou as histórias de Austen. A biografia conta um pouco, por exemplo, sobre a nobreza no século 19.
“Acreditava-se igualmente que Deus havia colocado reis e rainhas acima de duques, condes e viscondes. Por sua vez, os nobres detentores de títulos eram superiores aos gentry – a classe social refinada e educada à qual pertencia a família Austen.”
No livro há uma parte dedicada para a história de amor que Austen viveu ainda na juventude. Ela conheceu um rapaz que era parente de amigos da família em um baile. Depois, o casal passou a se encontrar mais algumas vezes. Na carta mais antiga encontrada, ela contou à irmã o quanto estava apaixonada. O romance, no entanto, não teve futuro: a família do rapaz considerava que Jane não era um bom partido para ele pois não poderia oferecer um dote gordo.
“Jane Austen – Uma vida revelada” confunde os leitores mais desatentos ou esquecidos porque não é uma obra escrita na ordem cronológica dos acontecimentos. A autora introduz curiosidades da época em que viveu Austen no meio de relatos importantes da vida da escritora. Muitos nomes de pessoas que conviveram com a biografada são citados e isso leva o leitor a voltar em alguns pontos para situar a pessoa na rede de amigos de Austen.
Jane Austen é conhecida por seis romances publicados entre 1811 e 1819: “Sense and Sensibility”, “Pride and Prejudice”, “Mansfield Park”, “Emma” e “Northanger Abbey e Persuasion”. A autora também publicou outras histórias em formatos diferentes, como poemas, contos, peças, sátiras, cartas e livros inacabados. Atualmente, ela é considerada um fenômeno mundial, reconhecida pela escrita sensível, clara e crítica.
“Jane Austen – Uma vida revelada” é recomendado para todos os fãs da autora. Aqueles que não conhecem as obras dela também podem conhecer a história por trás da mente critativa que desafiava os padrões da época em que viveu. Vale a pena, garanto!
Catherine Reef publicou mais de quarenta livros. Ela é responsável por biografia de autores renomados, como Ernest Hemingway e E. E. Cummings.
Por conta do volume de livros produzidos por Catherine Reef, é mais cômodo para os que queiram conferir as obras da autora checarem na lista disponível no Google.
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Estou louca pra ler esse livro <33
ResponderExcluirParabéns pelo blog, já estou seguindo para poder acompanhar as novidades
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